O sobe-e-desce das marcas

Agência AutoInforme

O número que define com mais precisão o bom desempenho das marcas de veículos é o da participação no mercado total. Uma empresa pode ter um bom acréscimo, mas partir de uma base baixa; outra pode aumentar muito em número de unidades, mas não avançar na divisão do bolo. É preciso combinar um crescimento expressivo com grande volume de vendas. Foi a Renault que resolveu melhor essa equação no primeiro semestre no ano.

A empresa foi a que mais conquistou espaço, aumentando em 1,34 ponto percentual sua fatia nas vendas internas, quase o dobro da Citroën (+ 0,69 pp), que ficou em segundo lugar entre as que mais conquistaram mercado em 2008. Honda, Nissan, GM, Mitsubishi, Volvo e Agrale também ampliaram penetração; enquanto Ford, Volkswagen, Fiat, Toyota, Peugeot, Audi, Mercedes-Benz e Scania perderam.

A Renault, que tinha 2,82% do mercado no primeiro semestre de 2007, fechou o mesmo período deste ano com 4,17%, um crescimento de 91,83%. A empresa francesa operou uma verdadeira revolução no catálogo de produtos para conquistar essa proeza: lançou dois modelos novos e reposicionou os antigos, retirando de linha várias versões e deixando apenas as que pudessem ocupar nichos específicos de mercado. Logan e Sandero – as novidades – foram responsáveis por 82% das vendas da marca, com 37.823 das 58.603 unidades comercializadas no semestre.

Todos os demais modelos da marca (linha Clio, Mégane e Scénic) tiveram quedas expressivas, não acompanhando sequer os volumes de vendas do ano anterior. O resultado mostra que mesmo com o mercado em alta o consumidor sabe escolher produtos modernos e que o investimento em novidades traz bons resultados ao fabricante. O bom desempenho da Renault também levou de volta a São José dos Pinhais a liderança entre as montadoras novas, posição perdida nos últimos anos para as japonesas Honda e Toyota, além da Peugeot.

Outros fabricantes – Outra francesa, a Citroën, foi a segunda marca que mais ganhou penetração este ano: tinha 1,76% no primeiro semestre de 2007 e, agora, 2,45%. Cresceu 80,9%, passando de 19.034 para 34.439 mil carros vendidos.

Honda, Nissan, GM, Mitsubishi e Volvo tiveram um ligeiro aumento na participação este ano, enquanto as demais marcas de carros e comerciais leves perderam. O pior desempenho foi da Ford, que tinha 11,59% das vendas em 2007 e neste ano tem apenas 9,71%.

Com exceção da General Motors, que aumentou em 0,3 ponto a participação nas vendas internas, as grandes montadoras viram a sua parcela na fatia total do varejo brasileiro minguar este ano. Além da Ford, também Fiat e Volks não tiveram fôlego para acompanhar o mercado. É natural que as grandes sofram com a redução da participação num momento de crescimento global da demanda e, especialmente, quando as pequenas se esforçam para ampliar a presença no País, investindo forte em novos modelos.

Tanto que as duas maiores foram as que mais perderam. A Volkswagen tinha 23,49% no primeiro semestre do ano passado e agora ficou com 22,19%, uma perda importante de 1,31 ponto percentual. E a Fiat, líder absoluta do mercado, perdeu quase dois pontos de participação, caindo de 24,54% para 23,86%, embora tenha aumentado as vendas de 265.643 para 335.812 unidades.

Fonte: Auto Informe