Pesquisa revela extensão da crise na indústria automobilística

Participantes do Fórum da Indústria Automobilística contrariaram MDIC

REDAÇÃO AB

Os participantes do VI Fórum da Indústria Automobilística, realizado na segunda-feira, 6 de abril, no Golden Hall do WTC, em São Paulo, demonstraram opinião contrária à do ministro Armando Monteiro, do MDIC, que recentemente garantiu não haver crise no setor automotivo. “É algo que passa longe”, disse ele. Para 62,3% da plateia do evento, no entanto, o setor vive uma crise intensa, como apontou uma pesquisa eletrônica em tempo real. Outros 36,8% opinaram que a crise existe, mas é moderada. E apenas 0,9% responderam que não há crise.

Somente 5,6% do auditório disseram que a retomada dos negócios ocorrerá a partir do segundo semestre, enquanto 38,3% acreditaram que o cenário vai melhorar em 2016 e outros 45,6% apostaram em um avanço apenas em 2017. Para 10,6%, a retomada chegará depois de 2017.

A pesquisa revelou que a desvalorização do real foi desfavorável para as empresas de 62% dos participantes do fórum, contra 24,6% que admitiram efeito favorável e 13,4% que afirmaram que a variação cambial não trouxe efeitos positivos ou negativos. Para 76,2% dos presentes, a inflação de 2015 ficará entre 6% e 9%, enquanto outros 20,8% acreditam que a variação estará acima de 9%.

Na questão sobre o volume de vendas de veículos em 2015, a maioria da plateia 54,2% apostou em um patamar entre 2,8 e 3,0 milhões de unidades; outros 38,6% disseram que serão comercializados menos de 2,8 milhões de unidades e 6,9% que as vendas vão superar 3 milhões de unidades.

No que diz respeito ao segmento de autopeças, a pesquisa revelou que o excesso de tributos na cadeia de produção é o principal problema enfrentado. Vieram a seguir as margens reduzidas nos fornecimentos 20,6%, custos crescentes de mão de obra 10,9%, preço elevado dos insumos 8,9% e dificuldade de acesso a inovação e tecnologia 8,6%.

No entender de 49,8% da plateia, a ociosidade nas fábricas ficará delimitada entre 20% e 40%; disseram que o índice estará acima de 40% outros 29,8% e que será inferior a 20% um contingente de 20,4%.

O setor de autopeças tem fôlego mas não vai investir, segundo 44,9% dos participantes do fórum. “As empresas só fazem aportes quando têm segurança de receber encomendas”, ponderou Paulo Butori, presidente do Sindipeças, que participou do fórum. Outros 27,4% responderam que o setor tem fôlego para níveis mais elevados de produção e 27,7% apontaram que o setor não tem fôlego e não investirá.

O VI Fórum da Indústria Automobilística registrou cerca de 900 participantes.

Fonte: Automotive Business