
Para Sérgio Reze, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, crise norte-americana é menor do que se pensava
Texto: Carlos Eduardo Biagini
Foto: Carlos Eduardo Biagini
(07-11-08) Na coletiva de imprensa da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze, presidente da entidade, taxou a crise econômica que paira no mundo como “mais barulho do que propriamente catastrófica”. De qualquer jeito, o mercado automobilístico no geral amargou perdas em outubro.
Apenas o segmento de caminhões fechou com crescimento em emplacamentos. Apesar de que o aumento foi de simbólicos “0,50%”, ou 60 unidades. Foram emplacados em outubro 12.100 caminhões, contra 12.040 de setembro. Já o segmento de ônibus, registrou uma queda de 1,07% nas vendas no varejo (2.485 chassis, contra os 2.512 de setembro). Retração de 27 unidades.
Reze está tão tranqüilo em relação à crise que a Fenabrave reviu sua projeção de vendas de caminhões para 2008. Antes a entidade imaginava que seriam emplacados no acumulado de janeiro a dezembro 117.001 caminhões.
“Agora, nossas projeções indicam que serão vendidos no varejo 129.247 caminhões”, afirma Reze. Apesar da euforia nos pesados, a Fenabrave reviu as metas de ônibus para baixo. Antes, a entidade imaginava que seriam emplacados 26.689 chassis. Depois do balanço de outubro, a projeção é um pouco menor com a venda de 26.387 unidades.
“Tudo tranqüilo”
“Essa turbulência toda que o mundo está vivendo a mim parece ser mais um barulho do que uma explosão de fato. O que houve foi que os bancos se precaveram demais e seguraram a liberação do crédito ao consumidor. Lógico que todos ficamos preocupados com o tamanho que a crise econômica dos Estados Unidos poderia afetar o mundo. Mas, me parece que o mundo já entrou numa fase de acomodação”, afirmou Reze.
O presidente da Fenabrave acredita que a volta da liberação do crédito por parte dos bancos vai normalizar o mercado. “Continuamos tendo clientes nas concessionárias interessados em comprar veículos. Eles só precisam de crédito”, completou.
Sobre o mercado de veículos comerciais, Reze reafirmou que o motivo do contínuo crescimento é por conta do aquecimento da agricultura que em 2008 registra um ano de círculos virtuosos. “A cada crise o mercado automotivo muda. Muda para melhor”, acredita Reze.
Segundo o presidente um dos motivos de sua tranqüilidade foi uma bem sucedida reunião com o Henrique Meirelles, diretor do Banco Central. Guido Mantega, ministro da Economia e Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, em Brasília.
“Ficamos tranqüilos porque eles demonstraram total determinação em resolver a crise. Eles têm as armas para amenizá-la. O importante era vermos que o pior já está passando e que o governo federal está sendo ativo ao demonstrar que tem o comando da economia”, concluiu.
Fonte: Webmotors