Produção de veículos apresenta retração de 3,9% em janeiro

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somou 191,4 mil unidades em janeiro, queda de 3,9% na comparação anual, informou nesta quinta-feira, 06, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Janeiro, normalmente, é um mês mais fraco, com férias”, justificou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

De acordo com o dirigente, muitas fábricas promoveram férias coletivas no mês passado, o que impactou as linhas. Historicamente, a produção de veículos gira em torno de 200 mil unidades em janeiro.

Além disso, a produção das montadoras sofreu influência negativa das exportações que, no período, recuaram 20% sobre a base já enfraquecida de janeiro do ano passado. O desempenho se deve à crise na Argentina, maior destino dos embarques brasileiros de veículos.

“A indústria está enfrentando os desdobramentos da crise argentina, nada mudou por lá. Estamos muito preocupados com as exportações”, salienta Moraes.

Embora o dirigente tenha destacado a importância do mercado externo para a indústria automotiva, as exportações vêm reduzindo sua fatia na produção. Em 2019, representaram apenas 14% do total de veículos leves fabricados no Brasil. Há dez anos, essa parcela era de 22%.

A Argentina respondeu por 50% dos embarques brasileiros em janeiro, seguido de México (22%) e Colômbia (6%). As associadas da Anfavea exportam para 132 países, mas apenas seis representam números expressivos.

Mercado doméstico

Apesar de o mercado doméstico continuar sendo a tábua de salvação da indústria automotiva brasileira, em janeiro as vendas recuaram 3,2% na comparação anual, para 193,5 mil unidades. A Anfavea justificou a queda com a “morosidade” típica do mês de janeiro e com um problema adicional: a implantação da placa Mercosul nos veículos ao final do mês, processo que apresentou dificuldades em São Paulo e teve de ser adiado em cinco outros Estados.

Para 2020, a Anfavea projeta um crescimento da produção de 7,3% e um avanço dos licenciamentos de 9,4% sobre o ano passado.