
PEDRO KUTNEY, AB
Ao renovar toda sua linha Pósitron de som e sistemas multimídia para automóveis, a PST Electronics também comemora a venda de 2 milhões de unidades desde que decidiu entrar nesse segmento, em 2009. A divisão de negócios já representa cerca de um quarto do faturamento da empresa, de R$ 500 milhões em 2014, e pouco mais de 10% da produção da fábrica de Manaus AM, onde foram produzidos em torno de 450 mil aparelhos no ano passado. A nova família de produtos, com 12 modelos, é a primeira 100% desenvolvida e produzida no Brasil, com engenharia dedicada e processos próprios que vêm sendo instalados pela PST desde 2013 – antes disso os dispositivos eram importados semiacabados da China, com apenas 10% a 20% da montagem feita no Brasil. “Nessa nova etapa da divisão passamos a ter total independência de projetos externos. Agora temos processos próprios de desenvolvimento, com engenharia dedicada, o que permite atualização constante dos produtos. E com a produção nacional podemos controlar melhor os insumos e a qualidade”, diz Nelson Godoy, gerente de varejo da Pósitron. Segundo o executivo, o nível de nacionalização dos sistemas de som, DVD, TV digital, conexão com celular e navegação feitos em Manaus vêm subindo gradativamente, inclusive como forma de compensar a alta do dólar, que tem influência direta no custo dos componentes eletrônicos importados, praticamente sem fabricação no Brasil. “Produzir aqui é uma forma de reduzir essa exposição. Controlamos os insumos e já fizemos algumas localizações importantes, como peças de plástico injetado. Mas a maioria dos eletrônicos tem de ser importada”, conta. A marca da PST é mais reconhecida pelos sistemas de segurança como alarmes e bloqueadores para automóveis, mercado que lidera no País há 15 anos, tanto no fornecimento direto às fabricantes de veículos como no pós-venda de assessórios. A incursão no segmento de som e navegação foi feita como complemento à linha de alarmes e módulos de levantamento de vidros, mas vem experimentando avanço importante. “Este ano esperamos crescer 10% em relação a 2014”, afirma Godoy. A PST fica sediada em Campinas SP, onde nasceu no fim dos anos 1980 de uma encubadora de empresas da Unicamp. Em 1997 a empresa se associou ao grupo norte-americano Stoneridge. A produção de todas as linhas, altamente dependentes dos componentes eletrônicos importados, está sendo transferida integralmente para a fábrica de Manaus AM, onde é possível fazer as importações com isenções fiscais. Somente as áreas administrativas serão mantidas no interior paulista. A empresa também mantém uma pequena linha de montagem na Argentina, com o objetivo de usar o país vizinho como base de exportação para outros mercados latino-americanos. AFTERMARKET E FABRICANTESA entrada da PST no segmento de som automotivo foi feita pelo aftermarket. Ainda sem ter o renome de alguns gigantes do setor, como a Pioneer, a Pósitron foi a primeira marca a vender aparelhos de rádio com CD/MP3 player em blisters pendurados em gôndolas de supermercados. Para driblar a desconfiança natural dos consumidores, aposta em oferecer boa relação custo-benefício e dá dois anos de garantia em todos os produtos. Hoje a oferta vai desde aparelhos de som mais simples até centrais multimídia com tela sensível ao toque que incluem DVD, TV digital e navegação por GPS. Mas a PST já conquistou também o fornecimento a três fabricantes de veículos, que juntos representam atualmente 15% das vendas da divisão. Duas montadoras compram para venda como acessório original nas concessionárias e uma, a Fiat, tem carros que saem de fábrica com o sistema Pósitron instalado. O fornecimento direto à fábrica ganha importância à medida que boa parte dos fabricantes de veículos no País vem aumentando os equipamentos de série e o sistema de som está incluído na maioria dos novos modelos. Favorece o aumento
Fonte: Automotive Business