Restrição para caminhões impulsiona venda de comerciais leves

Picapes, furgões e caminhonetes ajudam a ´driblar´ restrição paulista.
Somente na primeira quinzena de julho, os emplacamentos subiram 2,49% no Brasil.

Priscila Dal Poggetto

Picapes, furgões e caminhonetes viraram a melhor opção de compra para os consumidores que precisam ´driblar´ a restrição de circulação de caminhões na cidade de São Paulo. A mudança do perfil de compra já é refletida no desempenho do setor. De acordo com balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), na primeira quinzena de julho foram vendidas 21.188 unidades de comerciais leves, crescimento de 2,49% sobre igual período de junho.

A restrição para caminhões em São Paulo, além de forçar a renovação de frota, faz com que as empresas que trabalham com transporte de cargas comprem um volume maior de veículos menores, para compensar a capacidade de transportado de um caminhão grande.

Na quinzena, as picapes pequenas somam 6.421 unidades vendidas — o modelo mais procurado é o Fiat Strada (3.187) — e as grandes acumulam 4.316 unidades emplacadas, com liderança da Chevrolet S10 (1.247).

Na categoria furgões a tendência de alta é a mesma, com 3.201 unidades vendidas até agora, segmento liderado pela Volkswagen Kombi (1.267) e o Hyundai HR (714). Já os furgões pequenos somam 1.111 unidades, vendas puxadas pelo Fiat Fiorino (959). Também foi registrada a venda de 6.056 utilitários esportivos.

A expansão do segmento era prevista pelo presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, ao fechar o levantamento de junho. O representante das revendedoras acredita que o mês de julho irá registrar um crescimento significativo nos emplacamentos dos veículos utilizados comercialmente, em função da lei que passou a vigorar neste mês.

Vnedas do Iveco Daily aumentaram 30% com demanda estimulada pela nova lei.
De acordo com o diretor de vendas da Iveco, Alcides Cavalcanti, as vendas do caminhão pequeno Daily 35S14 — que está no segmento de 2,8 t PBT (Peso Bruto Total), 3,49 t PBT — já aumentou 30%. Com o aumento da demanda, a programação de entrega varia de 30 a 45 dias.

“Essa lei faz a alteração em planejamento de muitas empresas e força a renovação da frota. E isso reflete nas empresas de todo o Brasil, que atuam em São Paulo. Além disso, a tendência é que a lei se estenda ao longo dos próximos meses para outros grandes centros, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife etc”, prevê Cavalcanti.

Hyundai produz o modelo HR na fábrica de Anápolis (GO), inaugurada em 2007.
Por causa do aquecimento econômico, a expansão dos chamado comerciais leves é observada desde o início do ano. O resultado foi um volume recorde de vendas no primeiro semestre deste ano, de 228.656 unidades. De acordo com a Fenabrave, o recorde anterior havia sido o do primeiro semestre do ano passado, quando 153.632 unidades foram emplacadas, ou seja, o crescimento em 2008 chega a 48,8%.

Somente a faixa que abrange os veículos de 2,8 t PBT a 3,49 t PBT registrou alta de 181% no primeiro semestre, passou de 4.011 unidades, em 2007, para 11.275. Resultado bem acima do crescimento total da venda de caminhões, de cerca de 30%.

De acordo com Alcides Cavalcanti, o aumento da procura de veículos como Daily, Bongo e HR também é justificado pela migração de consumidores de Kombi e Fiorino, que passaram a adquirir produtos com maior valor agregado.

E é justamente nesse nicho de mercado que as marcas asiáticas passaram a liderar: a Hyundai tem 53,6% de participação e a Kia Motors, 15,5%. O Kia Bongo, por exemplo, teve crescimento de 244% no primeiro semestre deste ano, segundo a fabricante, com 477 unidades vendidas. Já o Hyundai HR teve 6.045 unidades emplacadas de janeiro e junho deste ano.

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Fonte: G1 Globo online