Correio Técnico: Vale a pena modernizar motores de dois tempos?

Ford Fiesta Ghia dois tempos de 1992
Foto: Silvio Porto/Quatro Rodas

Um motor dois-tempos com válvula de escape e injeção direta é viável?, leitor Renaldo Riffel Junior, Blumenal (SC)

A boa notícia é que isso já foi feito, mas a má é que não funcionou. No início da década de 90, a Ford produziu alguns protótipos do Fiesta de terceira geração com um motor 1.2 de três cilindros e dois tempos.

O propulsor tinha injeção direta de gasolina, melhorando a queima da mistura ar-combustível e, consequentemente, as emissões de poluentes – um dos principais pontos fracos desse motor – e um sistema de lubrificação que eliminava a necessidade de adicionar óleo ao tanque de gasolina.

Motor dois tempos do Ford Fiesta Ghia de 1992
Foto: Silvio Porto/Quatro Rodas

A manutenção desse equipamento, no entanto, era complexa e as limitações do motor impediriam que ele se adequasse às futuras restrições de eficiência e poluição que se tornavam cada vez mais restritas.

Por conta disso, a Ford seguiu o caminho de outras marcas e desistiu dos motores dois-tempos para focar em outras tecnologias, como o uso do turbo e melhor gerenciamento térmico e eletrônico dos motores.

Restrição ambiental

O RX-8 foi o último Mazda a usar motor rotativo
Foto: Divulgação/Mazda

As regras cada vez mais rigorosas de emissões já fizeram outra vítima. Os motores Wankel, usados sobretudo pela Mazda, são capazes de entrar muita potência com baixo deslocamento.

Só que, assim com os dois-tempos, o Wankel também tem consumo de óleo inaceitável para os padrões atuais, o que eleva a emissão de poluentes.

A fabricante japonesa já disse em mais de uma oportunidade que trabalha para viabilizar novamente seus icônicos motores com rotores, mas, em meio à eletrificação da frota global, é possível que essa solução nunca mais volte a ser adotada.

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