Setor automotivo quer acelerar produção de peças e reduzir custos

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC

Montadoras de veículos e fabricantes de sistemas de autopeças da região investem em iniciativas para diminuir custos, que envolvem, entre outros aspectos, a busca de melhor relacionamento com fornecedores e esforços para reduzir o tempo de desenvolvimento dos produtos. A Mercedes-Benz, por exemplo, implementa neste ano uma nova estrutura organizacional para facilitar a integração com seus cerca de 450 fornecedores no País.

Segundo o diretor de Logística da empresa, Roberto Bastian, percebeu-se recentemente que havia deficiências no relacionamento com seus provedores de autopeças.

Isso porque na operação da unidade fabril há várias ‘minifábricas´ (de motor, de eixo, de chassis e câmbio) e, em cada uma delas, havia departamentos separados de logística e qualidade para cada tipo de insumo (peça fundida, forjada etc), o que criava problemas de atraso e falta de peças, entre outros.

“Montamos agora um time único para cada tipo de peça, independentemente se é para cabine, motor ou eixo”, afirmou Bastian, que participou ontem de um evento da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

A Volkswagen, que inaugurou no mês passado o centro virtual da Volkswagen na Anchieta, espera obter economia de 15% a 25% no desenvolvimento dos produtos com essa ‘fábrica inteligente´.

“Agora é possível simular em maquetes virtuais, com custo muito menor”, disse o diretor de manufatura, Marco Antonio Teixeira.

Importação – As indústrias do setor também têm recorrido à importação de peças para compensar o efeito cambial – o dólar já caiu 9% neste ano em relação ao real – e reduzir perdas de rentabilidade na exportação. “A importação de peças acontece e não é um ato isolado das montadoras.

No cenário global, há empresas (de autopeças) que trabalham com volume de produção alto e conseguem fornecer com preços competitivos”, afirmou há poucos dias o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira.

A fabricante de sistemas de autopeças Magneti Marelli, que tem fábricas no Grande ABC, também tem ampliado a aquisição de peças importadas, que representam 50% da composição dos produtos – contra 45% há um ano -, segundo o diretor industrial Luís Fernando Melloni.

O câmbio permanece um desafio às exportações. “Nosso produto não é mais tão competitivo no México”, afirma o diretor de compras da Ford, Vagner Galeote. (colaborou Marcelo de Paula)

Fonte: Diário do Grande ABC