SUVS no ritmo da economia brasileira e americana

Nos primeiros quatro meses do ano as vendas de picapes nos Estados Unidos despencaram 16,2%. No primeiro quadrimestre de 2007 as vendas já tinham caído 6,2% em relação ao mesmo período de 2006. O cenário é o mesmo para SUVs: declínio de 26,5% no quadrimestre, sobre uma queda de 3,6% no primeiro quadrimestre de 2007. Veículos de grande porte como picapes e SUVs, que lideraram o ranking dos desejos nos últimos anos nos Estados Unidos, perdem espaço para veículos menores. O mercado como um todo também declina. Um dos motivos dessa tendência apontado pelo editor sênior John K. Teahen Jr., de Automotive News, é a estimativa de que 25% a 30% dos proprietários de SUVs e picapes na realidade não precisam de veículos com essas características – talvez sejam impressionados pela crença de que ‘homens de verdade dirigem picapes’. Como na prática os veículos não são usados na extensão de sua capacidade, ficou caro alimentar a sede dos enormes motores apenas para tarefas leves. Seria natural, assim, descer um degrau na hora de trocar o carro. Teahen Jr. lembra que os crossovers (mistura de automóvel, perua e SUV) começam a substituir os enormes SUVs na garagem dos americanos, como um sinal de downsizing. E aqui no Brasil, como ficamos? Estamos avançando em sentido contrário? Depois de anos atolado em veículos compactos com motor de mil cilindradas, o mercado cresce na faixa dos veículos médios e há um avanço expressivo na comercialização de crossovers e SUVs, graças à relação cambial favorável às importações. Os anúncios das montadoras e concessionárias na seção de autos dos grandes jornais não deixam dúvidas sobre os novos desejos dos consumidores brasileiros – há páginas inteiras dedicadas à comercialização de veículos importados, como o Tucson e seus assemelhados, que custam acima de R$ 90 mil (2 de junho).
Fonte: Automotive Business