Carro elétrico viável é um carro morto?

Carro elétrico viável é um carro morto?

O nosso leitor Philippe Chedier, graduando em engenharia, nos escreveu um texto sobre os carros elétricos, o qual publicamos aqui. Convidamos nossos leitores a falarem o que acham das idéias dele nos comentários!

Desde o inicio da engenharia automobilística, se discutia em que direção ir, carros elétricos ou a combustão.

Em 1912 o numero de carros elétricos era de 30.000 unidades – somando 38% dos carros em circulação, 16% a mais do que carros a combustão (que eram 22%); ou seja, ao contrario de que muitos pensam veículos elétricos não são uma invenção do Sr.Musk.

Na historia temos como exemplo a fissão nuclear, que em 1938 parecia ser uma nova era na matriz energética (e em parte era, mas com consequências terríveis), no entanto a grande promessa era a tão aclamada Fusão nuclear.

Parecia que era uma questão de tempo, estudo e investimento, mas basta olhar aos 91 anos dessa promessa para se perceber que a física não funciona no nosso tempo e querer.

E como sabemos também na historia, o modelo T posteriormente tomou o mercado e se concluiu que o ciclo Otto era melhor pois o conjunto elétrico acarretava uma serie de problemas que eram e são intrinsicamente intransponíveis assim como os problemas da fusão nuclear.

Hoje em dia, questão ambiental se tornou quase como uma religião, não que se preocupar com os pinguins-de-olho-amarelo não seja importante, de forma alguma, mas fecha-se os olhos e se desperdiçam muito tempo e energia com coisas inúteis – o que nos leva ao problema de bateria elétrica, ela é tratada quase como religião, considerado por muitos algo iminente de se conseguir.

Porém não é só o interesse do carro elétrico ter baterias mais eficientes mas passamos a ter muitas outras coisas viáveis, como robôs, motos, barcos e ate drones particulares que possivelmente iriam matar o automóvel, então assim como a fusão nuclear é necessário que haja o “pulo do gato”, um break-thru para se resolver o problema de armazenamento de energia.

Supondo que consigamos vencer a barreira de armazenamento em um pacote de bateria elétrica, ou seja, no mesmo pacote de 1kg agora passa a se armazenar o dobro de energia.

Carro elétrico viável é um carro morto?

Nesse cenário hipotético, continuamos com o problema de matriz energética.

No mundo hoje, usa-se 65,8% de energias não-limpas, o que aconteceria se trocássemos todos os litros de combustível por horas eletricidade? A resposta é simples, seriam necessários mais Kg de carvão sendo queimados para uma equação que no final não alimentara um carro mais ecológico.

Um argumento valido seria que as matrizes energias renováveis estão crescendo, e isso é um fato, sem limitadores tecnológicos eminentes como a bateria ion-litio possui, mas mesmo investindo bilhões para se ter uma matriz energética ecológica ainda sim voltaríamos ao problema de armazenamento de baterias o que se torna toda essa conversa um ciclo de problemas.

O fato de que carro elétrico faz muito sentido do ponto de vista de eficiência e engenharia é indiscutível, motores que transformam 96% da usa energia em trabalho mecânico (sem muita dificuldade para se chegar aos 97% ou ate 98% de eficiência) é brilhante, contra os 30% do motor a combustão, além das próprias características que um veiculo elétrico tem de baixíssimo centro de gravidade (devido ao pacote de bateria); baixo custo de manutenção (devido ao menor numero de partes moveis).

Carro elétrico viável é um carro morto?

E uma grande margem para potencia, porque basta um motor pequeno de 100cv em cada roda que você terá uma tração integral superior a qualquer uma no mercado atual, além de se ter 400cv com torque constante em um “Corolla de projeto” entre outras inúmeras vantagens; ou seja, seria uma negligencia dizer que carros elétricos não fazem sentindo, mas não apenas no modelo que estão tentando vender no mercado hoje e essa resposta de sentido correto se vem através dos híbridos, que eles sim, deveriam estar tendo mais divulgação e procura.

Então o ponto que chegamos é que a menos que um gênio que vive com dez gatos e sua mãe no norte da Rússia tenha seu momento de brilhantismo e resolva o problema de armazenamento de energia das baterias elétricas, teremos que ficar com o bom e velho ciclo Otto e que por si só já vem se “eco-lizando” tornando incrivelmente eficiente e minimamente nocivo ao meio ambiente.

Por Philippe Daher Chedier

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