A demora da matriz em decidir o local da construção da nova fábrica da Toyota no Brasil levou o grupo a rever projetos no País. Desde 2001, dirigentes da empresa insistiam em que a marca chegaria em 2010 com 10% de participação nas vendas no Mercosul. Segunda-feira, a previsão foi desfeita e novos índices não foram revelados. É certo que ficarão abaixo dessa projeção.
Nos EUA, maior mercado mundial de carros, a Toyota disputa a liderança em vendas com a General Motors. No Brasil, tem apenas 2,9% da fatia nacional, com vendas de 72 mil veículos em 2007. O aumento da participação da empresa, que atua apenas no segmento de carros considerados de luxo no País, só ocorreria com o lançamento de um modelo compacto.
A Toyota produz os modelos Corolla e Fielder em Indaiatuba (SP) e tem ainda uma fábrica de componentes em São Bernardo (SP), onde no passado fabricava o jipe Bandeirante. Com a demora em definir o local da nova fábrica e também o carro a ser produzido, a Toyota adia mais uma vez seu plano de crescer na região. A definição é de responsabilidade de um pequeno comitê criado pela matriz.
Em média, o grupo elege quatro locais por ano para receberem fábricas do grupo. Como outras montadoras, a Toyota tem dedicado atenção a mercados como China, Rússia, Índia e Brasil.
O anúncio da nova fábrica, esperado desde o ano passado, deve ocorrer ainda este ano, mas o presidente da Toyota Mercosul, Shozo Hasebe, não revela prazos. São Paulo é o Estado com maior chances de abrigar a fábrica (nas cidades de Sorocaba ou Santa Bárbara d’Oeste), mas também estão na disputa Rio de Janeiro (Resende), Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. O investimento previsto no projeto é de mais de US$ 500 milhões.
Segunda-feira, a Toyota apresentou em São Paulo a 10ª geração do Corolla, modelo que começará a ser vendido na sexta-feira já com fila de espera de dois meses. Até o fim do mês calcula-se pedidos de 7.000 a 8.000 unidades do sedã, mas a fábrica de Indaiatuba tem condições de fornecer cerca de 4.500 unidades mensais.
A Toyota investiu US$ 268,3 milhões no projeto do novo Corolla, incluindo ações para ampliar a produção anual da fábrica de 60 mil para 70 mil veículos, somando a perua Fielder.
Fonte: Diário do Grande ABC
