Toyota volta a paralisar produção de picape e SUV

Divulgação                                   Redação, com agências

Linhas de produção da Toyota Tundra tem 100 mil unidades de “sobra”

Virou epidemia. A Toyota anunciou nesta quarta-feira (18) que vai, pela segunda vez este ano, reduzir a produção de picapes e SUVs nos Estados Unidos, para fugir das baixas vendas desse tipo de veículo naquele país. General Motors, Ford e Chrysler, as três grandes montadoras norte-americanas (a terceira por meio de sua marca Dodge), já frearam ou vão frear a produção nesse segmento, cujos produtos bebem muito combustível fóssil — algo grave em tempos de petróleo a preço recorde.

Em março, a Toyota já havia diminuído a produção de dois veículos, a picape Tundra e o SUV Sequoia. Os mesmo modelos estão na mira do novo corte, que deve paralisar a linha da picape Tundra na planta de San Antonio (Texas) por duas semanas, em algum momento entre agora e o final de outubro. Já a planta de Princeton, no Estado de Indiana, onde é feito o Sequoia e também há uma linha da Tundra, deve fechar as portas por seis dias até agosto. Mais paradas devem acontecer nos meses seguintes.

Além disso, a velocidade e o volume da produção devem diminuir, e os empregados da Toyota — que, não custa lembrar, hoje é a segunda maior vendedora de carros nos EUA, atrás apenas da GM — poderão passar a trabalhar uma hora a menos por dia (de oito para sete).

Basta observar a capacidade de produção da Tundra nas duas unidades citadas para entender o porquê da parada: a Toyota pode montar 300 mil exemplares da picape por ano, mas em 2007 vendeu pouco mais de 196.500. A potencial ociosidade é de cerca de 100 mil carros. O ano passado marcou a estréia do modelo no mercado dos EUA. Em maio último, foram vendidas 12 mil Tundra, 34% menos que no mesmo mês de 2007. A queda geral nas vendas da Toyota foi de 5% nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com o mesmo período um ano atrás. A baixa nas vendas gerais da Toyota foi puxada pelos 16% negativos justamente nas entregas de veículos pesados.

Apenas a título de registro: a situação dos SUVs é completamente diferente no Brasil e nos países emergentes. Especialistas do mercado — como os executivos da Mercedes-Benz, marca que está lançando agora o utilitário esportivo ML 320 a diesel — acreditam que nosso mercado, mais os de Rússia, China e outros emergentes, deverão passar a responder por cerca de 4% das vendas de SUVs em todo o mundo em até dez anos. Isso, ante baixa ou estagnação dos demais mercados, como Europa e Japão. Dados exibidos pela mesma Mercedes lembram que, de 43 mil carros desse segmento emplacados em 2003, o mercado brasileiro saltou para 115 mil em 2007. Mais que dobrou.

Fonte: UOL Carros