Um jogo de cena à espera da decisão sobre IPI

À véspera do governo anunciar sua decisão sobre a prorrogação (ou não) da redução do IPI na venda de veículos novos, as montadoras trabalham em ritmo acelerado para atender a demanda e despachar seus veículos para as concessionárias. Enquanto a indústria automobilística acelera, o governo faz as contas para saber quanto recolheu a mais ou a menos em tributos oriundos do setor automotivo. Fontes do setor, como o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, garantem que o governo ganha com a redução do IPI, já que as vendas crescem e há outros tributos sendo pagos.

O jogo de cena está terminando e tudo indica que o presidente da República concordará em prorrogar o benefício tributário ao consumidor, trazendo um alívio para a cadeia de produção automotiva. O trimestre deve fechar com resultados superiores aos obtidos no ano passado, no mesmo período, mas o avanço deve-se ao segmento de automóveis e comerciais leves. A indústria de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e motocicletas ainda derrapa na recuperação dos efeitos da crise global e espera que a oferta de crédito amenize o problema.

Um fornecedor de componentes para veículos comerciais comentou ontem, 26, com Automotive Business sobre as incertezas do setor. “Não há coerência nas notícias que recebemos das fábricas e do mercado. Quando parece que a retomada está próxima, fala-se em novas férias”.

O segmento de máquinas de construção tem desempenho melhor do que o de máquinas agrícolas. Yoshio Kawakami, presidente da Volvo Equipamentos de Construção, estava otimista ao lançar novos produtos no início de março, embora reconheça que será difícil repetir os resultados de 2008, um ano ‘fantástico’.

“Infelizmente o cenário para 2009 não é o mesmo que projetamos no passado” – reconhece Kawakami. Ele acredita que o país pode absorver o impacto da crise melhor que a maior parte do planeta.
Fonte: Automotive Business