A chegada da Porsche, porém, causa certo mal-estar. O governo da Baixa Saxônia, o segundo maior acionista da VW teme perder seu poder dominante que desfruta até agora. Em junho passado o Estado havia adquirido mais 500 mil ações que, somadas aos 20,1% que já possuía, permitia manter sua minoria de bloqueio no conselho do grupo. Agora, a reforma da lei Volkswagen, aprovada em 1960 e que permite ao executivo da Baixa Saxônia manter controle efetivo da companhia com apenas 20% do capital, daria luz verde para que a participação do governo aumentasse em até 25% e, assim, sustentar seus privilégios na mesa diretora.
O governo alemão, no entanto, não parece nem um pouco entusiasmado em alterar esta distorção jurídica em que vive a VW, embora a União Européia já tenha anunciado a citada lei Volkswagen como ilegal e que precisa de modificações.
Martin Winterkorn, presidente mundial da Volkswagen, entretanto, já chegou a ameaçar entregar o cargo caso a fabricante de carros esportivo siga interferindo na gestão do grupo. O embate veio das pressões da Porsche para que a Audi renunciasse do superesportivo R8, cujas vendas afetam o desempenho do 911 no mercado. Além disso, estava disposta a impedir futuros desenvolvimentos, como o hipotético R5, que poderia fazer sombra sobre os modelos Boxter e Cayman.
O enfrentamento terminou sob panos quentes, mas a Porsche voltou a disparar o alarme em Wolfsburgo, pois tenta orientar a política de preços e a estratégia de marketing do Toureg II, o substituto do modelo atual em 2010, para que não haja competição com o Porsche Cayenne, uma das galinhas dos ovos de ouro da marca de Stuttgart.(Redação AutoData)
Fonte: Boletim Autodata