Valor Econômico | 27/10/2008 – 11h49
A venda mensal de veículos no país já saiu da fase de crescimento. Depois da sucessão de recordes, o ritmo já está igual ao do ano passado. O número de licenciamentos até agora em outubro é equivalente ao do mesmo período do ano passado. A indústria automobilística começa hoje a apresentação do salão do automóvel de São Paulo em ritmo de apreensão em torno da crise mundial.
Até sexta-feira, quando o mês acumulou 17 dias úteis, passaram por emplacamento no país 179.004 veículos, incluindo os de passeio e de carga. Trata-se de uma quantidade muito próxima dos 180.050 verificados em igual período em outubro de 2007.
Mas na comparação com setembro houve queda. Em igual quantidade de dias úteis, em setembro a venda de veículos no país chegou a 200 mil unidades. Na comparação, o acumulado de outubro mostra uma retração de 10,5%.
Mas o freio pegou o setor no fim de um ano em que já havia sido acumulada uma boa dose de crescimento. Assim, a soma de veículos vendidos de janeiro até agora no país apresenta um avanço de 25,12% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano foram licenciados 2,387 milhões de veículos. Esse volume tem um acréscimo de 479,4 mil unidades em relação ao mesmo período do ano passado.
Assim que o mês fechar a indústria terá uma idéia melhor do que aconteceu nos estoques da rede de revendedores em outubro. Já prevendo um aumento dos estoques, três grandes fabricantes – Fiat, General Motors e Volkswagen – decidiram dar férias coletivas a parte do efetivo.
Um dos motivos apontados por boa parte do mercado para que o ritmo de crescimento tenha estancado nessa época do ano é que as bases de comparação do último trimestre de 2007 são bem maiores do que no início do mesmo ano. A indústria automobilística terminou 2007 com médias mensais de vendas de 235 mil a 240 mil, número muito próximos das médias de 2008.
Nesta semana começa o salão do automóvel de São Paulo, uma mostra que acontece a cada dois anos. Um evento para o qual a indústria inicialmente havia se preparado para celebrar recordes de produção e apresentar suas propostas de fontes de energia alternativas para um tempo em que se discute a relação do automóvel com o meio ambiente.
No entanto, por trás dos bastidores da grande festa estarão dirigentes apreensivos, principalmente em relação às más notícias que vêm das matrizes da Europa, Estados Unidos e Japão, onde as vendas não param de cair. Os dirigentes internacionais de pelo menos duas empresas que vão expor no salão cancelaram a vinda a São Paulo.
Fonte: Webtranspo