Volkswagen completa 55 anos no Brasil

Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC

Maior montadora de veículos do Brasil, com faturamento de R$ 21,2 bilhões no ano passado, a Volkswagen completa hoje 55 anos de operações no País. E motivos para comemorar não faltam. Atualmente, a subsidiária brasileira é a terceira maior do grupo, atrás apenas da chinesa – primeira colocada – e da matriz, na Alemanha.
Pioneira em muitos aspectos, a Volkswagen é no momento a maior exportadora de automóveis do Brasil. No ano passado vendeu para outros países 182 mil unidades de um total de 2 milhões de veículos desde sua primeira remessa em 1970, formada por 13 modelos Variant e oito Kombi.
A unidade brasileira, aliás, foi responsável, no exercício de 2007, pela fabricação de 796.961 veículos, sendo que 537.975 tiveram como destino o mercado doméstico. O crescimento em relação a 2006 foi de 31,3%.
Com isso, a montadora fechou o ano com 22,97% de participação no mercado nacional considerando apenas as vendas de automóveis e comerciais leves. À sua frente está a Fiat, com 25,94%, segundo informações da Fenabrave, entidade que representa os distribuidores de veículos.
Pelo mesmo levantamento, a Volkswagen também está na segunda colocação do ranking no mercado de caminhões (29,36%) e de ônibus (28,43%). Em ambos os casos está atrás da Mercedes-Benz, que possui, respectivamente, 31,34% e 50,33%.

NOVIDADES
A montadora se gaba de ter sido a pioneira na apresentação, ao consumidor brasileiro, de algumas novidades tecnológicas.
Um exemplo, é o sistema de injeção eletrônica e de ignição digital com mapeamento eletrônico, visto pela primeira vez num veículo produzido em terras tupiniquins – um Gol GTI – em 1988.
A empresa também foi a pioneira no lançamento de um veículo bicombustível, o Gol 1.6 L Total Flex, em 2003, e a primeira a usar freios ABS, em 1992.
Outras iniciativas, como realização de testes de odores para peças de acabamento, simulação virtual na linha de produção e criação de centros de desenvolvimento, pesquisa e design e de crash-tests, colocam a Volkswagen numa posição de destaque no cenário automotivo nacional.

INVESTIMENTOS
No ano passado, a Volkswagen anunciou investimentos de R$ 3,2 bilhões até 2011, sendo que R$ 123 milhões serão aplicados na planta de São Carlos, interior de São Paulo, para elevar a produção de motores de 1.800 unidades/dia para 2.700. Também em 2007 foram contratados 2.500 empregados para as unidades de São Bernardo, São Carlos e Taubaté.
Neste ano, a jornada semanal foi ampliada em pelo menos 20% em todas as fábricas e, por conta da superação dos volumes de produção, foi acordado com os sindicatos o pagamento de um valor adicional aos funcionários de R$ 700, dentro do programa de participação nos resultados.
Vale lembrar que em São Bernardo foi implantado o terceiro turno de trabalho, prova de que os negócios vão de vento em popa.

História se mistura com a de empregados
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC

A história da Volkswagen se mistura com a de vários trabalhadores que construíram suas vidas nas linhas de produção da montadora. Um bom exemplo é o da família Zerbinatti, que há quatro gerações se mantém presente no cotidiano da empresa.
Tudo começou com Júlio Dantas – já falecido – que foi um dos primeiros empregados, em 1953. Para se ter idéia, na chapeira onde ficavam os cartões de ponto, ele era o funcionário número 55. “Ele migrou da região de Marília, no interior de São Paulo. Trabalhava no setor de segurança patrimonial e se aposentou em 1976”, conta o neto Eliel Zerbinati.
Eliel, 46 anos, entrou na empresa no ano da aposentadoria do avô e ficou até 1979. Retornou em 1985 e hoje atua como analista de qualidade. Seu pai, o mecânico de manutenção Antônio Zerbinatti, também trabalhou na Volks entre 1961 e 1981.
Agora, é a vez da filha de Eliel, Thalita, 23 anos. Ela entrou na Volks em 2001 e hoje, formada em Tecnologia, atua no setor de qualidade.
Eliel, 46 anos, entrou na empresa no ano da aposentadoria do avô e ficou até 1979. Retornou em 19
Fonte: Diário do Grande ABC