Deixou passar o Bugatti Divo, de US$ 5,9 milhões? Espere o SUV

A marca de supercarros Bugatti, que ultrapassou fronteiras com motores de 16 cilindros, velocidades máximas de mais de 320 quilômetros por hora e preços exorbitantes, estuda uma linha de modelos mais ampla voltada ao seu rico público-alvo.

Estão em discussão diversas variações de chassi e motor, assim como SUVs e um estilo crossover que se encaixa no público-alvo bilionário da marca da Volkswagen, disse o presidente da Bugatti, Stephan Winkelmann, em entrevista, na terça-feira, no Salão do Automóvel de Paris. A marca de ultraluxo da VW atualmente produz várias versões do Chiron e nesta semana lançou na Europa o supercarro Divo, vendido a US$ 5,9 milhões e já esgotado.

“A marca está pronta para mais”, disse Winkelmann, cujo Divo ostenta um motor de 1.500 cavalos. “O motor W16 é o centro da marca atualmente, mas não seguirá sendo assim para sempre.”

A demanda por carros exclusivos tem se mantido em grande parte distante da batalha da indústria automotiva contra o aperto da regulação das emissões e as crescentes barreiras comerciais. Veículos como o Divo, o supercarro Ferrari Monza e o Aston Martin Valkyrie tendem a competir mais com aquisições de apartamentos ou iates de luxo do que com meios de transporte acessíveis. Com poucas restrições financeiras, os compradores procuram ativos que possam se transformar em valiosas peças de colecionador.

Série limitada

No caso do Divo, construído para as pistas, mas de uso permitido nas ruas, com velocidade máxima limitada a 380 quilômetros por hora, a produção é de apenas 40 carros, o que aumenta o apelo do produto da mesma forma que o Monza, que custa 1,6 milhão de euros (US$ 1,85 milhão), cuja série de 499 exemplares já está destinada aos clientes mais fiéis da Ferrari.

A expansão da Bugatti, muitas vezes ridicularizada e considerada um excelente exemplo dos excessivos orçamentos para engenharia da VW durante a gestão anterior da fabricante, precisa ser economicamente viável para avançar, disse Winkelmann.

“Precisamos chegar a um argumento convincente para dar aos nossos acionistas e justificar o investimento relacionado”, disse o executivo, que anteriormente comandou a subsidiária italiana da Lamborghini, da VW. Um motor híbrido “pode ser parte do futuro — é preciso considerar a aceitação social no tocante às emissões”.