Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

A Kombi Home é uma adaptação da utilitária clássica da Volkswagen que praticamente nasceu com ela nos anos 50.

As primeiras conversões usavam a carroceria básica da “perua” da VW e não eram tão complexas.

Com alguns gabinetes, sofá, frigobar e uma pequena pia, por exemplo, era um veículo para passeio com a família.

Camping ou aquela reunião familiar ou de amigos na praia, rio ou bosque era o ambiente ideal da Kombi Home.

Não era uma casa completa, mas por muito tempo satisfez os que desejam essa atividade.

O tempo passou e algumas passaram a ter barracas sobre a Kombi Home, sendo esta classificada como “camper”.

Então, podia-se dormir abrigado do lado de fora, sobre o teto.

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

Ainda hoje existem conversões desse tipo para outros veículos.

No Brasil, as primeiras conversões foram feitas pela CarBruno, mas seguiam o estilo de modelos como Samba Bus no exterior.

Era um veículo para passar o dia na praia e mantinha a carroceria original da Kombi 1200.

Nos anos 70, a coisa ficou mais séria com a empresa Minimax fazendo a Kombi Caracol.

No entanto, em escala industrial, nenhuma superou a Karmann Mobil, divisão da Karmann-Ghia.

Esta veio com dois modelos sobre a Kombi: Touring e Safari.

Hoje em dia existem somente conversões artesanais, longe dos produtos mais bem acabados do passado.

Kombi Home

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

O que é uma Kombi Home?

Como o próprio nome diz, trata-se de uma Volkswagen Kombi modificada para servir de motor home, ou seja, uma casa.

Este tipo de veículo tem como objetivo servir de moradia temporária em viagens de lazer.

Mais do que um veículo adaptado, para seus proprietários e entusiastas, trata-se de um estilo de vida.

Uma Kombi Home apresenta a versatilidade do utilitário da Volkswagen, cujo projeto comercial teve êxito nesse caso.

Só para termos uma ideia de como esse tipo de veículo é importante em certas regiões, a VW tem na Europa o modelo Califórnia derivado da Caravelle atual e o Grand Califórnia, um motor home completo e de fábrica, derivado da Crafter.

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

No caso brasileiro, a VW nunca produziu a Kombi Home, mas teve acordo com a Karmann Mobil para esta faze-la.

Basicamente a Kombi Home era um carro independente quanto ao suporte para os ocupantes.

Ela tinha um espaço interno que pode abrigar um dormitório para um ou dois casais, podendo ainda levar uma quinta pessoa, dependendo do modelo.

Banheiro químico com chuveiro, aquecedor de água, geladeira, fogão, forno, cama, cama que vira sofá e mesa para refeições são alguns dos itens a bordo.

E tem mais, reservatório de água, local para dejetos, pia com lavador, armários, guarda-roupa, ventilador, sistema elétrico com pelo menos duas baterias, bombas, retificadores e transformadores, entre outros.

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

Tanto usado a estrutura base da Kombi quanto uma carroceria projetada para esse fim, a Kombi Home é uma casa versátil.

Todos os espaços possuem alguma finalidade e as características básicas da mecânica da Kombi são preservados.

A Kombi Home se aproveita de uma plataforma vitoriosa no mercado de comerciais leves.

O assoalho plano pode ser usado, assim como a carroceria, mas com elevação necessária do teto.

Modelos da Karmann Mobil tinha carroceria traseira específica, mantendo apenas a cabine dianteira.

Sendo um veículo de baixa velocidade e com tendência forte à instabilidade, a Kombi Home é para condução lenta, no máximo 80/90 km/h.

Com toldo e locais para mesa dobrável e cadeiras de praia, ela é ideal para sentar e relaxar num camping ou local apropriado.

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

Tem sempre conectores para recebimento de água para uso geral e energia elétrica.

A Kombi Home é tão versátil que geralmente usa corrente de 110V, 12V ou mesmo gás GLP para abastecer a “casa”.

Isso ocorre em aparelhos como chuveiro elétrico, refrigerador e forno, por exemplo.

Alguns proprietários adicionam extras, tais como climatizador ou ar condicionado, TV tela plana, microondas, direção hidráulica, rodado traseiro duplo ou talão (roda mais larga) e amortecedores duplos, fora conexão com internet.

Até mesmo aquecedor de passagem (de água) mais moderno é utilizado por alguns.

O banheiro da Kombi Home geralmente usa o chamado porta-pote, um vaso químico com a parte inferior removível para descarte dos dejetos.

O chuveiro é uma ducha móvel e removível, que desliza verticalmente.

Na frente, a cabine original da Kombi tem dois assentos e uma série de itens adicionais para monitoramento e conforto.

Uma Kombi Home pode ser convertida com kits prontos vendidos na internet e com prazo de conversão em torno de dois meses.

Kombi Caracol

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Uma Kombi Home muito rara foi feita pela empresa Minimax, de Itaquaquecetuba-SP, durante aproximadamente uma década.

Batizada de Kombi Caracol, essa home tinha um estilo que lembrava as vans americanas.

Tinha um teto bem mais elevado que o padrão, oriundo das conversões que a Minimax fazia em Kombi furgão.

O teto era estilizado e tinha vigia dupla na frente, além de janelas laterais no alto.

Ela preservava as portas duplas originais da Kombi Clipper, sendo lançada oficialmente em 1978, na edição 11 do Salão do Automóvel.

A Caracol era uma Kombi Home de visual simpático e bem elegante, sendo algumas modificações mecânicas.

Feita a partir da Kombi 1600, ela tinha rodas de tala larga com pneus radiais igualmente maiores.

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Isso era para oferecer mais estabilidade e para não ficar esteticamente feia, a Minimax adicionou saias de rodas maiores.

Além desse charme, a Caracol tinha banheiro com chuveiro, duas camas de solteiro que viravam uma de casal, fogão, geladeira, tanques de água e esgoto, duas baterias de 12V e armários que combinam com a decoração.

Havia espaço para uma pessoa em beliche retrátil e três podiam dormir na cama de casal.

Sobre o posto do motorista e acompanhante, aberto com a exclusão do estepe, fixado na frente dessa Kombi Home, o espaço era para bagagem.

Karmann Mobil Touring

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Em 1972, a Karmann-Ghia apresentou no oitavo Salão do Automóvel sua linha de trailers e reboques, incluindo um ônibus motor home chamado Carolina (modelo homônimo da Carrocerias Caio).

Mas, numa época em que o campismo e caravanismo estavam começam a nascer no Brasil, a empresa criou a Karmann Mobil.

Nesse evento, foram mostrados os modelos Touring e Safari, ambos desenvolvidos com base na Kombi.

Essas duas Kombi Home se tornaram clássicas no Brasil e no exterior, baseadas na segunda geração do produto da VW.

A Touring era mais simples e utilizava uma carroceria de aço, madeira e outros materiais, empregados nos trailers.

Com 4,86 m no total, a Karmann Mobil Touring tinha uma sala com sofás que viravam uma cama larga para quatro, segundo um esboço da época. Um quinto ia num beliche.

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Quando não em uso, essa sala tinha até uma mesa central, removível na conversão.

Tinha banheiro químico com porta-pote e chuveiro com ducha.

Com esquema de ocupação parecido com a da Caracol, a Kombi Home da Karmann tinha porta mais alta e centralizada.

Também vinha com cozinha dotada de pia e torneira retrátil, uma vez que virava mesa também.

O fogão de duas bocas com forno era outra vantagem da Touring, que tinha ainda refrigerador e guarda-roupa.

Um bagageiro adicional no lado externo e sobre a cabine, ampliava as capacidades do veículo.

A Karmann-Ghia usou sua engenharia e influência sobre a VW para criar um veículo único.

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O motor 1600 a ar não era o usado na Kombi, mas o boxer plano dos TL e Variant.

Mais baixo, ele reduzia a altura na sala, ampliando o espaço.

Entretanto, o acesso ao motor era feito apenas por dentro e a ventilação ruim, facilitava o superaquecimento do motor.

Os donos logo criaram esquemas para resolver a questão.

Essa Kombi Home saía da fábrica da VW na Anchieta e rodava pouco até a planta da Karmann Mobil perto dali, já com a cabine aberta atrás e o motor plano.

Karmann Mobil Safari

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Rainha do campismo, a Kombi Home chamada Safari era a mais completa da Karmann Mobil e também foi a mais popular.

Produzida até o final dos anos 80, ela teve 450 exemplares feitos, alguns com duplo chassi.

A Safari era uma Kombi Home singular, tendo uma carroceria ampliada para frente, onde uma cama de casal ficava sobre a cabine original.

Com capacidade para quatro pessoas, tinha até rede para um quinto passageiro.

Uma das soluções engenhosas foi a escada externa, pois, havia um espaço aberto criado no teto para adicionar carga extra.

Mais alta que a Touring, a Kombi Home Safari convertia essa escada externa em proteção para a cama superior.

E mais, para acessar essa cama, antes se usava a mesma escada.

Kombi Home: adaptação que era quase uma casa completa

A versatilidade da Safari, fez dela o mais popular camper do mercado.

Além dos itens da Touring e cama a mais, a Kombi Home Safari era mais instável e por isso muitos adotaram rodado traseiro duplo e o talão para compensar o desequilíbrio.

Também com 4,86 m de comprimento e 2,85 m de altura, essa casa móvel da Karmann-Ghia usou o motor plano da VW até 1982, quando sua produção se encerrou na Anchieta.

A partir daí, o motor 1600 padrão da Kombi foi usado e o acesso passou a ser externo.

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A alteração não influenciou tanto no espaço interno, mas conferiu ao modelo maior confiabilidade com refrigeração melhorada.

Em cores sóbrias como marrom com bege, a Kombi Home Safari podia rodar com segurança pouco acima dos 80 km/h.

Até hoje, existem centenas delas rodavam dentro e fora do Brasil, levando consigo um estilo de vida, que não tem preço…

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