Teste Carsale-Mauá: Cayenne V6 é o Porsche certo para o uso real

Lançado em 2002, o Porsche Cayenne está em sua segunda “reencarnação”. Recentemente, testamos a versão híbrida da geração anterior e até colocamos na lama a variante topo de linha Turbo. Se visualmente o SUV não sofreu tantas mudanças, no restante ele é um carro totalmente novo.

Embora os puristas torçam o nariz ao verem um SUV ostentando o emblema de uma marca famosa por criar alguns dos esportivos mais consagrados de todos os tempos, o Cayenne é um dos modelos mais importantes da história da Porsche. Ele foi o responsável pela recuperação financeira da empresa nos anos 2000: nos últimos 17 anos, foram vendidos pouco mais de 800 mil Cayennes em todo o mundo.

Engana-se quem pensa que o Cayenne é mais um utilitário esportivo grandalhão e desajeitado. Apesar do tamanho, o SUV faz jus ao histórico da Porsche, combinando conforto, sofisticação, desempenho bastante satisfatório e boa dinâmica. Na versão de entrada, ele é movido por um motor 3.0 V6 turbo a gasolina de 340 cv de potência e 45,9 kgfm de torque, combinado a uma caixa automática de oito marchas e sistema de tração integral sob demanda – mesma mecânica do recém-lançado Audi Q8.

Se no Q8 dissemos que esse conjunto entrega um desempenho aquém para um carro de meio milhão de reais, no caso do Cayenne essa impressão vale até certo ponto.














O Audi foi testado em circuito fechado, ambiente pouco propício para um veículo de 2.340 kg. Já o Cayenne passou cinco dias conosco, sendo utilizado em situações cotidianas que proporcionam as sensações do uso real. Seja na cidade ou estrada, não falta fôlego ao Porsche. Porém, ressaltamos que o imaginário popular acredita que carros na faixa dos R$ 500 mil entregam desempenho de tirar o fôlego.

Essa sensação acontece especialmente quando encaramos esses SUVs. Ambos pesam mais de duas toneladas, contam com posição de dirigir elevada e não nos parecem carros feitos para acelerar. Ainda assim, o Cayenne cumpriu a prova de aceleração de 0 a 100 km/h do Instituto Mauá de Tecnologia abaixo dos 6 segundos.

Nesta geração, o câmbio Tiptronic com conversor de torque possui primeira marcha com relação encurtada para favorecer o uso no fora de estrada, atuando como uma reduzida. Já a sétima e oitava marchas funcionam como overdrive para favorecer o consumo de combustível em viagens. A tração é integral com distribuição automática de torque entre os eixos.

Internamente, destacamos que a geração anterior já demonstrava sinais da idade com a sua diversidade de botões espalhados pelo console central. Bom, agora o Cayenne entrou na era do touchscreen. São duas telas: uma de 7 polegadas que pode exibir o GPS no painel de instrumentos, por exemplo, e a central multimídia com 12,3 polegadas. O grande truque está no console central recheado de comandos sensíveis ao toque. A aparência é mais minimalista e moderna, mas a solução presente no Q8 agrada mais – o Audi conta com uma segunda tela abaixo da multimídia englobando diversas funções.

Entre os itens de série, o Cayenne entrega por R$ 439 mil uma lista com rodas de 20″, faróis full LED, bancos dianteiros elétricos, teto solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas, controles de tração e estabilidade, sistema multimídia com tela de 12″ compatível com Apple CarPlay, sistema de frenagem automática, câmera de ré com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e tampa traseira com abertura e fechamento.

Suspensão pneumática (opcional) aumenta a capacidade off-road do SUV

Sentiu falta de alguns itens? Nós também. Há diversos opcionais que elevam consideravelmente o preço final. O Cayenne de entrada não tem de série, por exemplo, suspensão pneumática (opcional de mais de R$ 21 mil), sensor de ponto cego ou qualquer outro tipo de assistência à condução. Para quem já está gastando tanto dinheiro em um carro, faz mais sentido partir para a versão E-Hybrid, R$ 12 mil mais cara, porém, mais completa, potente e ainda bebe menos combustível.

Teste Carsale-Mauá
0 a 60 km/h 2,72 segundos (g)
0 a 100 km/h 5,82 segundos (g)
0 a 120 km/h 7,90 segundos (g)
Aceleração em 5 segundos 66,631 metros/91,60 km/h (g)
Aceleração em 400 metros 14,00 segundos/161,65 km/h (g)
Aceleração em 1000 metros 25,56 segundos/206,94 km/h (g)
Retomada 40 a 100 km/h 4,45 segundos (g)
Retomada 80 a 120 km/h 4,05 segundos (g)
Frenagem 100 a 0 km/h 49,3 metros
Consumo cidade 7,6 km/l (g)
Consumo estrada 11,8 km/l (g)

FICHA TÉCNICA
Carroceria Monobloco em aço, cinco portas, cinco lugares
Motor Dianteiro, longitudinal, injeção direta, turbo, duplo comando de válvulas de admissão e escape no cabeçote, a gasolina
Número de cilindros 6
Número de válvulas 24 (quatro por cilindro)
Taxa de compressão 11,2:1
Cilindrada 2.995 cm³
Potência 340 cv a 5.300 rpm
Torque 45,9 kgfm a 1.340 rpm
Transmissão Automática de oito marchas
Tração Integral
Direção Elétrica
Pneus e rodas Rodas de liga leve de 20 polegadas com pneus 275/45 R20 na dianteira e 305/40 R20 na trasiera
Freios dianteiros Discos ventilados com ABS e EBD
Freios traseiros Discos ventilados com ABS e EBD
Tanque de combustível 70 litros
Altura 1,69 m
Comprimento 4,91 m
Largura 1,98 m (sem espelhos)
Entre-eixos 2,89 m
Peso em ordem de marcha 1.985 kg

Fotos: Renan Rodrigues e Divulgação

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