Venda de carros importados sobe 4,8% em setembro ante agosto, aponta Abeifa

Entidade diz que filiadas conseguiram formar estoque antes da pandemia, o que ajudou na manutenção dos preços mesmo com a escalada do dólar

Por Ana Paula Machado, Valor — São Paulo

02/10/2020

Seguindo a tendência de recuperação nas vendas, os emplacamentos de automóveis das quinze marcas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) subiram 4,8% em setembro sobre agosto, chegando a 2,83 mil unidades.

No comparativo com setembro de 2019, as vendas apresentaram uma pequena queda de 0,4%. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira pela Abeifa.

O acumulado dos nove meses do ano mostra queda de 20,8%, para 19,84 mil unidades, ante 25,04 mil emplacamentos de veículos importados no mesmo período de 2019.

João Oliveira, presidente da Abeifa, disse que as filiadas da entidade conseguiram formar um estoque antes da pandemia, o que ajudou na manutenção dos preços, mesmo com a escalada do dólar.

“As nossas marcas vinham preparadas com estoque grande comprado antes da disparada do dólar. Talvez o nosso otimismo nos ajudou a passar por essa situação”, disse o dirigente.

Segundo ele, o dólar médio no passado estava em torno de R$ 3,95, o que possibilitou segurar os reajustes dos preços dos automóveis. Oliveira ressaltou que neste ano a média da moeda americana, até agora, é ao redor de R$ 5,20. “Acreditamos que o dólar deve se estabilizar em um patamar um pouco menor que este ano. Se for o contrário, será complicado para as marcas que importam e competem com produtos locais. Seria necessário uma readequação das alíquotas do II (Importo de Importação), passa a ser vital para operar com consistência no Brasil”, disse.

Segundo ele, caso não ocorra uma medida governamental, as marcas que operam no país terão que readequar o portfólio e competir em nichos de mercado para serem rentáveis no mercado brasileiro. “Não poderão competir em 100% do mercado potencial. Terão que se concentrar em mercados mais exclusivos e mais caros.”