Analistas do mercado financeiro ajustam projeção para o PIB de 2020 para queda de 5,95%

Há uma semana, estimativa era de recuo de 6,10%; projeção do governo é retração de 4,7% na atividade econômica este ano.
Por Fabrício de Castro

BRASÍLIA – Os economistas do mercado financeiro ajustaram suas projeções
para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e agora esperam queda de 5,95%
na atividade econômica deste ano. Na semana passada, a projeção era de
retração 6,10% e há um mês, de baixa de 6,50%.
As projeções fazem parte do boletim de mercado conhecido como relatório
Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central (BC). Os dados
foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100
instituições financeiras.
No último dia 15, a Ministério da Economia informou que manteve a projeção
de queda do PIB em 4,7% este ano, "diante da melhoria dos indicadores,
refletindo um efeito positivo das políticas adotadas até então".
O Banco Mundial prevê recuo de 5% no PIB brasileiro e o Fundo
Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 9,1% em 2020.
Em junho, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) recuou 9,73%
em abril ante março, na série com ajustes sazonais. Foi o maior recuo da
história em um único mês.
O PIB do primeiro trimestre do ano, que não foi totalmente afetado pelas
medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus, recuou
1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação e juros não têm alteração
Os analistas mantiveram a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, em
alta de 1,72% no fim deste ano. A projeção para o índice em 2021 seguiu em
3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
A estimativa está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, com
margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No
caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a
5,25%).
O IPCA de junho teve alta de 0,26%, segundo o IBGE. No acumulado do
primeiro semestre do ano, a alta é de 0,10%.
Também foram mantidas as projeções de 2% ao ano para a Selic no fim de
2020 e de 3% ao ano em 2021.
Em junho, ao cortar a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central informou que, para as próximas reuniões,
“vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de

medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um
eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”.