Julho deve fechar com 160 mil emplacamentos

Novas projeções da IHS Markit apontam para crescimento de 30% sobre junho

PEDRO KUTNEY, AB

Faltando uma semana para encerrar o mês, o movimento diário de vendas
monitorado pela IHS Markit aponta para crescimento de 30% no volume de
emplacamentos de julho, que tende a fechar com 160 mil veículos leves
vendidos, de acordo com levantamento mensal da consultoria publicado
regularmente por Automotive Business.

Se confirmado, o resultado ainda representará queda de 31% sobre julho de
2019, mas engata no cenário o terceiro mês seguido de recuperação um pouco
melhor do que era esperado pelos fabricantes desde a intensificação da
pandemia de coronavírus no País, no meio de março, que derrubou o mercado
para níveis históricos de baixa. Com isso, o acumulado de sete meses em 2020
somaria 923 mil unidades, indicando retração de 38,4% ante o mesmo período
do ano passado.

O índice SAAR (Seasonally Adjusted Annual Rate) da IHS Markit, que calcula o
volume anualizado de vendas de veículos leves no Brasil com base no
resultado dessazonalizado mensal, segue apontando a tendência de
recuperação mês a mês no mercado brasileiro. Enquanto em abril o fraco
desempenho projetava para apenas 676 mil veículos leves vendidos em 2020,
em maio o SAAR subiu para 775 mil e em junho para 1,43 milhão. Para julho,
se a expectativa de 160 mil unidades for confirmada, o índice deverá indicar
volume anual perto de 1,7 milhão de carros e utilitários.
Em julho, com dados fechados do primeiro semestre, seguiram inalteradas as
projeções da IHS Markit de vendas e produção de veículos leves em 2020 e
2021 no Brasil, enquanto para a Argentina a consultoria melhorou ligeiramente
as previsões.

PROJEÇÕES DE VENDAS E PRODUÇÃO NO BRASIL
Ao contrário da associação brasileira de fabricantes, a Anfavea, que mantém
sua previsão de queda de 40% do mercado brasileiro de veículos, que assim
fecharia 2020 com apenas 1,6 milhão de automóveis e comerciais leves
vendidos, a IHS Markit continua a estimar retração 10 pontos menor, de 30%,
para 1,86 milhão de emplacamentos este ano. Para 2021 o crescimento
projetado é de 23%, com 2,29 milhões de emplacamentos.

Para a produção, que em 2020 segundo projeta a Anfavea deverá cair 45%
sobre 2019, para 1,55 milhão de unidades, a consultoria sustenta sua
estimativa de contração de quase 33%, para 1,88 milhão de veículos leves
produzidos.

Para 2021 a consultoria também não mudou suas projeções: estima a
produção de 2,42 milhões de veículos de passageiros e utilitários leves, o que
representará alta de 29% ante o resultado estimado de 2020.
EXPECTATIVAS MELHORAM PARA A ARGENTINA

Para o mercado argentino, pelo segundo mês seguido a IHS Markit voltou a
melhorar suas perspectivas, aumentando em cerca de 35 mil unidades a
estimativa de vendas de 2020, para 295,5 mil veículos leves vendidos, em
queda de 33,5% sobre 2019 – esse tombo já chegou a ser previsto em mais de
45%. Mas os volumes seguem bastante deprimidos. Para 2021 a projeção
também subiu, para quase 300 mil, ficou mais próxima do resultado deste ano,
com alta estimada de apenas 1,4%.

Para a produção argentina, os números foram mantidos para este ano, com
previsão de 252,7 mil carros e comerciais leves montados, o que significa
retração de 24,3% sobre 2019. Para 2021 houve ligeira piora, esperando-se
agora que sejam produzidos no país vizinho 347 mil veículos leves, em
crescimento de 37% – um mês atrás a alta esperada era de 40%.