As vendas no atacado das companhias afiliadas à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) totalizaram 13.522 unidades no primeiro semestre deste ano, elevação de 249,14% em relação aos 3.873 veículos vendidos em igual período do ano passado.
Em junho, as empresas BMW, Chrysler, Dodge, Effa Motors, Ferrari, Jeep, Kia Motors, Maserati, Pagani, Porsche e Ssangyong venderam 3.437 unidades no atacado, a expansão de 316,6% sobre igual mês de 2007. Na comparação com maio de 2008, a alta foi de 45,64%.
Essas empresas tiveram participação no mercado de 1,31% em junho, marca três vezes maior do que a registrada em junho de 2007, quando a participação era de 0,43%. Desde 2002, a média era de 0,40%.
O recorde de vendas levou a Abeiva a rever pra cima a projeção de vendas de suas associadas em 2008. Segundo o presidente da entidade, Jörg Henning Dornbusch, suas 11 associadas devem vender 32 mil unidades no Brasil neste ano, que seria resultado 45,5% superior à projeção anterior, de 22 mil unidades.
Além de ser motivada pelos ótimos números do setor até agora, a revisão também foi motivada pelo ingresso de novas filiadas na entidade, casos de Chrysler, Dodge, Jeep e Effa Motors. Juntas, as quatro marcas projetam vendas de 4.500 unidades até dezembro. As 5.500 unidades adicionais restantes em relação à previsão anterior, feita em dezembro de 2007, é impulsionada principalmente pelas estimativas de empresas como a Kia Motors.
Até o final do ano, Dornbusch acredita que outras empresas poderão se tornar associadas. Formada por 11 empresas, a Abeiva já representa mais de 7% das importações de veículos pelo Brasil. No primeiro semestre, as associadas corresponderam a 7,62% das 177.376 unidades importadas. A maior parte, mais de 90%, continua sendo formada pela importação de países como o México e os membros do Mercosul.
Em junho, a participação fiou em 10,9% dos 31.450 veículos vendidos. A importação de automóveis e comerciais leves cresceu 95,36% no acumulado semestral e 69,85% em junho, na comparação com os mesmos períodos de 2007. No semestre, o principal destaque ficou com o mercado asiático, de onde as importações cresceram 162,6%, para 37.259 veículos.
Os negócios a partir de países do Mercosul tiveram expansão de 98,4%, para 106.580 unidades. O aumento das importações reflete a expansão da demanda doméstica por veículos de maior valor agregado, assim como a valorização do real frente ao dólar.
Apesar disso, a Abeiva pretende entregar ao governo federal, ainda este ano, estudos encomendados a um consultoria para tratar das condições de negócios enfrentadas por suas associadas. “Queremos abrir diálogo com o governo para discutir pontos como de que maneira poderemos crescer e em quais áreas podemos atuar”, afirma Dornbusch.
Outros pontos, como a alíquota de importação e a questão do financiamento, também devem ser abordadas.
“Nos sabemos que o câmbio favorável pode trazer questionamentos por parte do governo (sobre a concessão de benefícios), mas alertamos que o custo matéria-prima também tem sido um componente importante”, destaca o executivo.
Fonte: Diário do Grande ABC
