De acordo com Jamil Abdo, da Abdo Advogados, que cuida da estruturação jurídica da empresa no Brasil, o grupo já se decidiu sobre a cidade, o que falta é a anuência da prefeitura para selar o acordo. Ele assegura que a decisão já devia ter sido anunciada, mas alguns aspectos brasileiros têm atrasado a formalização da parceria. Por isso ele prefere não anunciar a cidade até que o acordo esteja assinado.
Abdo adianta, no entanto, que no prazo de três meses começam a chegar ao Brasil os primeiros veículos importados, que virão totalmente montados. Num segundo momento os carros chegarão desmontados em kits CKD para montagem no Brasil. Por fim, já com a fábrica pronta, as unidades passarão a receber conteúdo nacional. “A idéia é erguer a fábrica ainda este ano.” Até lá a frente de atuação é negociar com o governo federal isenção provisória de impostos para importação. “Os chineses estão com pressa e pensam até em alugar galpão com alguma estrutura para começar a fabricação até que a unidade esteja pronta.”
O advogado informa que a vinda para o Brasil é planejada há cerca de um ano pelos chineses, atraídos pelo potencial de toda a região. Com base no Brasil a intenção é estender as atividades para a América Latina. Abdo assegura que o investimento será integralmente chinês, sem parcerias locais, mas evitou pormenores do projeto, como valores e produção estimada, até a sua efetiva formalização. “Todo esse detalhamento será feito pela direção do grupo.”
“Além de gerar novos negócios e empregos, a vinda da montadora repercutirá na introdução de nova tecnologia ao Brasil, que é a fabricação de carros movidos com bateria”, afirma Abdo. Os automóveis produzidos serão de passeio, com quatro lugares, movidos à bateria, com autonomia para 160 a 500 quilômetros e que podem ser abastecidos com etanol caso não haja tomadas elétricas no local para recarregar as baterias. A expectativa é de que sejam gerados, num primeiro momento, de cem a duzentos postos de trabalho na nova empresa.
A Jinxlang Fang Neng Eletromobile produz oitenta modelos de veículos pequenos, médios e grandes. Nenhum deles ainda é vendido no Brasil.(Roberto Hunoff, de Caxias do Sul, RS)
Fonte: Boletim Autodata
