Na visão de Montenegro o impacto do aumento do IOF nos financiamentos com crédito direto ao consumidor, CDC, é mais psicológico do que financeiro, considerando que “a cada R$ 10 mil reais financiados, além das taxas praticadas, há aumento de R$ 180 que, quando diluídos nas parcelas, não são assustadores”. Com isso o executivo não acredita que o leasing tome totalmente o lugar do CDC na preferência dos clientes, mas que ambos deverão crescer impulsionados pela expansão do mercado brasileiro.
Mesmo com esse crescimento Montenegro não acredita que o leasing operacional, muito usado nos Estados Unidos, comece a ser feito no Brasil. “Essa operação requer fatores como longo histórico de estabilidade econômica e taxas de juros menores, na casa dos 7% ou 8% ao ano.”
De acordo com dados da Anef, em novembro a carteira de financiamentos ativos feitos por meio do leasing somava R$ 60,1 bilhões, crescimento de 83,7% na comparação com o período anterior. Na mesma base de comparação as operações com CDC avançaram 26,8%, totalizando R$ 79,5 bilhões. “O leasing estava adormecido desde 1999 por causa da crise do dólar, mas é uma boa opção por conta das menores taxas.”
De janeiro a novembro de 2007 foram liberados R$ 60,5 bilhões em financiamentos de veículos para pessoas físicas, apontando alta de 28,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com a expansão do crédito para automóveis, a taxa de inadimplência acima de noventa dias continuou em 3% em novembro do ano passado, ou menos da metade da média geral do mercado.
(Maira Nascimento)
Fonte: Boletim Autodata (17.01.2008)