Atividade industrial recua 1,7%

Os resultados da produção industrial de outubro mostraram um desempenho pior do que o esperado pelos mais pessimistas – o crescimento foi de apenas 0,8% na comparação com outubro do ano passado, o pior resultado em quase dois anos. Em relação a setembro, houve queda de 1,7%. Com isso, o acumulado em 12 meses caiu, no curto espaço de um mês, de 6,8% para 5,9%. Para Silvio Sales, coordenador de indústria do IBGE, é preciso esperar os dados da produção industrial de novembro e dezembro para checar como vão prosseguir os efeitos da crise sobre o setor. Ele considerou significativo como tendência, entretanto, o brusco recuo no resultado do setor em 12 meses, de quase um ponto porcentual de setembro para outubro – redução que não ocorria de um mês para o outro nesse indicador de longo prazo desde março de 2005. O aumento da atividade industrial de 0,8% em relação a outubro do ano passado representa a menor variação apurada desde dezembro de 2006 e ocorreu apesar de um efeito calendário favorável, já que outubro deste ano apresentou um dia útil a mais do que igual mês de 2007. Ou seja, uma elevação maior seria o cenário natural em período de normalidade. A queda na produção industrial não atingiu todos os setores. Os bens de capital – máquinas e equipamentos pesados que abastecem a própria indústria – ainda prosseguiram imunes às turbulências um mês depois do agravamento da crise financeira internacional. Os bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos, principalmente), entretanto, sofreram o impacto, assim como os bens intermediários (siderurgia, química, minerais não metálicos). (O Estado de S. Paulo)

Fonte: Boletim Autodata