Autopeças venezuelanas: beco sem saída

A indústria de autopeças na Venezuela se encontra em uma espécie de labirinto, mas que não se vê saída. “O pior prognóstico passa por fechamento de empresas que afetará as montadoras de veículos”, disse José Luis Hernández, presidente da Junta Diretora da Câmara de Fabricantes Venezuelanos de Produtos Automotores, Favenpa, para a agência Flash de Motor.

A lentidão nos trâmites da Comissão de Administração de Divisas, Cadivi, e no Ministério para as Indústrias Leves e Comércio, Milco, se somam novas preocupações relacionadas com a política automotiva fixa pelo governo em 31 de outubro de 2007. Hernández assegurou que os atrasos nas entregas das Autorizações de Liquidação de Divisas, ALD, voltam a ser uma dor de cabeça para as fabricantes de autopeças e, de uma forma ou outra, afetam a produção local de veículos.

A política automotiva não surte o efeito que se esperava: impulsionar a fabricação de veículos no país. Em 2007 foram produzidos 172 mil unidades e a meta do governo para este ano é alcançar 230 mil. Entretanto, entre janeiro e maio de 2007 as linhas de montagem construíram 70 mil 730 veículos. No mesmo período de 2008 o volume não passa de 60 mil.

As razões da queda na produção são várias. Prevalece, porém, duas: conflitos trabalhistas em alguns fornecedores e atrasos na liberação de divisas. Em junho o Cadivi liquidou muito poucas divisas às autopeças. “Atualmente há 730 solicitações de 29 empresas por US$ 27 milhões, com atraso médio de 120 dias, contados desde o requerimento da ALD até a nacionalização da mercadoria.”
(Redação AutoData)

Fonte: Boletim Autodata