Brasil: Frota envelhecerá com pandemia e carros terão mais de 10 anos

Brasil: Frota envelhecerá com pandemia e carros terão mais de 10 anos

Com 45,9 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o Brasil tem a sexta maior frota do mundo. Contudo, ela tem idade média que deve superar uma década com a pandemia de Covid-19, que se espera derrubar o mercado em 40% este ano.

Um levantamento apontou que nos últimos seis anos, a frota brasileira vem envelhecendo continuamente. Hoje, a idade média dos veículos que circulam no Brasil é de 9 anos e 10 meses, mas isso mudará com a queda expressiva nas vendas em 2020.

Quando as vendas caem, a frota imediatamente envelhece. Dos 37,9 milhões de automóveis no Brasil, por exemplo, 18% tem três anos de uso. Porém, em 2014, esse percentual era de 25%. Nos caminhões, a situação é bem pior, com 13% da frota tendo mais de 20 anos e 45% entre 11 e 20 anos de operação.

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De 2012 para cá, as vendas começaram a baixar e a frota acelerar sua depreciação. No ano em que se venderam 3,8 milhões de veículos, a idade média era de 8 anos e seis meses. Se mantivesse o crescimento esperado, a frota estaria bem mais nova hoje, mas não foi assim que aconteceu.

Com queda de quase 50% nos três seguintes, a promessa de um Brasil entre os primeiros players do mercado mundial foi por água abaixo.

Assim, a renovação da frota se acentuou, mesmo com a entrada de mais carros. Hoje, o país tem 4,6 habitantes por veículo contra 6,5 de 2014. Era para ter menos pessoas por carro, mas o mercado não acompanhou.

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Os EUA, por exemplo, têm 264 milhões de veículos e 1,2 hab/carro. O Japão tem 1,6 e a Rússia tem 2,8, se aproximando da Alemanha, com 2,7 pessoas por veículo. Note que o Brasil perdeu espaço para os russos, que têm uma frota de 51 milhões de veículos.

No Brasil, apesar da menor motorização, nos últimos cinco anos ocorreu uma mudança interessante no mercado nacional. Em 2015, a frota estava bem concentrada nos estados de SP, RJ, MG, PR e RS, que tinham 72,8% do total. Hoje, estes possuem 64,3% dos veículos circulantes no país.

Só São Paulo (capital) tem 30% desse montante, porém, o que se verificou nos últimos anos é a maior concentração de vendas em regiões agrícolas, como Mato Grosso, Tocantins e outras áreas do interior.

O agronegócio impulsiona a economia do país e acelera a venda de veículos, enquanto os grandes centros desaceleram os emplacamentos devido principalmente à mudança de perfil do consumidor, que deixou de considerar a compra do carro novo em prol do uso de aplicativos, compartilhamento, bicicletas e até o (hoje temido) transporte público.

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A popularização de apps como Uber, 99 e Cabify dentro das cidades, bem como do BlaBlaCar para viagens entre cidades próximas, fez com que muitos trocassem a opção de ter um carro próprio para se tornarem usuários dessas plataformas, com um custo bem menor.

Em nível político, no momento, não se fala em incentivos para renovação da frota, pelo menos não de automóveis, mas no setor de transportes, entidades e empresas buscam uma forma de acelerar a substituição de caminhões velhos em uso.

O país ganharia com menor emissão de poluentes e combustíveis, custos reduzidos com manutenção de veículos, conservação de estradas e gastos com saúde, seguros, etc. O governo federal estava considerando um plano de reciclagem da frota, mas com os custos gigantescos de combate à Covid-19, o setor não tem esperanças de implementação da ideia tão cedo.

[Fonte: Isto É Dinheiro]

 

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