Capacidade de produção sobe para 3,8 milhões este ano


A Anfavea revisou bastante para cima a capacidade de produção de veículos no País. Com base nos investimentos já anunciados, a associação das montadoras agora estima que neste ano as fábricas serão capazes de produzir até 3 milhões 850 mil unidades, ou 350 mil a mais do que era conhecido até 2007. E para 2009, a entidade projeta capacidade total de 4 milhões.

Essa é a primeira expansão real anunciada desde o início dos anos 2000, quando foram feitas as últimas inaugurações de novas fábricas, lastreadas ainda por investimentos planejados a partir da metade da década de 90, que elevaram a produção da indústria ao topo de 3,5 milhões.

Com a capacidade quase esgotada, a Anfavea apurou que somente este ano as montadoras aportarão US$ 4,9 bilhões, “a maior parte disso para ampliar a produção”, confirmou Jackson Schneider nesta segunda-feira, 10, ao divulgar os principais números do setor no primeiro bimestre de 2008. É o maior investimento anual já anunciado pelas montadoras instaladas no Brasil em todos os tempos, superando até mesmo os grandes aportes feitos durante a década de 90.

Ao menos por enquanto, todo o aumento de capacidade se dará por meio de ampliações, eliminações de gargalos e adoção de mais turnos de trabalho no parque industrial já instalado, sem abertura de fábricas, pois novas plantas e expansões físicas maiores das atuais estão previstas para começar a operar a partir do fim do próximo ano – como é o caso da esperada nova planta da Toyota no Brasil em 2010, além de expansões importantes em curso da Fiat, em Betim, MG, só para citar alguns exemplos.

Os investimentos esperados em toda a cadeia automotiva, incluindo montadoras e fornecedores de sistemas e componentes, deve chegar a US$ 20 bilhões no período 2008-2010, segundo projeções divulgadas pela Anfavea, que constam de levantamento setorial do BNDES. “É um número muito grande que deve gerar enorme energia econômica, pois esses investimentos vão acabar se espalhando por toda a economia”, destacou Schneider.

De fato, a cifra que o setor automotivo deve receber nos próximos anos supera a onda de investimentos dos anos 90, até então a maior da história do setor, que resultou na abertura de quase uma dezena de novas fábricas de veículos no País. Mas desta vez, os ganhos produtivos nas plantas existentes serão maiores do que o incremento de produção por meio da adição de plantas industriais.

Apenas neste ano, o aumento de capacidade de 350 mil unidades equivale a uma nova fábrica – e das grandes, levando-se em conta que unidades de grande porte como a da Ford, em Camaçari, BA, por exemplo, nasceram com capacidade de 250 mil unidades/ano. “Vivemos o momento de maior expansão de nossa história”, resume Schneider.(Pedro Kutney)

Fonte: Boletim Autodata