Carro 1.0: a menor participação em dez anos

                                             Agência AutoInforme

As vendas do carro com motor 1.0, que já teve mais de 70% do mercado, está caindo ano a ano. Em 2007 o chamado “popular” conquistou 54,3% de participação, o pior desempenho nos últimos dez anos, conforme dados do Renavam.
O carro 1.0 chegou ao mercado em 1990 como uma boa opção de compra para aqueles que não tinham condições de comprar um modelo mais potente. A idéia inicial era oferecer um veículo barato, custando cerca de US$ 7 mil. Aos poucos, a participação deste segmento foi crescendo e o popular dominou amplamente o mercado, chegando a deter mais de 70% de todas as vendas no País.

No início havia muita reclamação quanto ao desempenho e também em relação ao consumo, que não seria tão vantajoso em relação aos mais potentes. Mas a indústria automobilística aperfeiçoou os motores 1.0 e tais problemas foram minimizados. O governo também contribuiu diminuindo a carga tributária. O resultado foi que aos poucos o volume dos populares foi crescendo e a participação aumentando. Quatro anos após surgirem no mercado brasileiro, em 1994, já tinham 40% de penetração. O pico de participação foi em 2001, quando as suas vendas representaram 71% do total comercializado internamente.

Com o remanejamento da carga tributária, que diminuiu a diferença destes produtos em relação aos com motor entre 1.000cc e 2.000cc, os carros mais potentes começaram a ficar mais atraentes para o consumidor. É bom lembrar que hoje o preço do popular quase dobrou desde que foi lançado. Um modelo 1.0 básico custa no mínimo R$ 23 mil, cerca de US$ 13 mil. Um popular equipado pode custar até mais caro que um carro 1.4 ou 1.6.

kern -0.2ptMas já há alguns anos a participação do popular vem caindo. E em 2007 ele teve o menor índice dos últimos dez anos, ficando com 54,3% do volume total de vendas (dados de janeiro a novembro).

Com a facilidade de compra (juros em baixa e aumento do prazo de pagamento) falou-se muito na decadência do carro 1.0. No segundo semestre de 2007 o segmento teve três quedas mensais consecutivas – entre agosto e outubro – mas em novembro houve uma pequena reação, o que mostra que o motor 1.000cc ainda tem muito chão pela frente num mercado no qual o preço é o principal fator de decisão de compra.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, acha que ainda é muito cedo para saber se o carro 1.0 está mesmo em queda. “Precisamos de mais tempo para avaliarmos a sua performance de vendas”.

Fonte: Diário do Comércio