Carro: prazo bate recorde

Da Agência Brasil

O prazo médio de financiamento de carros por consumidores pessoas físicas atingiu 577 dias corridos, o equivalente há 19 meses, em outubro, revelou terça-feira o Banco Central. De acordo com o banco, esse é o maior prazo do ano.

Apesar da elevação, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que o prazo médio de financiamento de veículos ainda é curto.

“Na média, a gente está vendo que os prazos estão ainda bastante curtos. Estamos com menos de 20 meses de média para financiamento de veículos”, disse Em janeiro, esse prazo era de 543 dias.

Para Altamir, os anúncios de prazos de financiamento de carros em até 99 vezes ainda estão longe de representar a realidade do crédito para o setor. Segundo ele, os consumidores que aderem a esse prazo representam casos isolados.

“Há evidências anedóticas de prazos expressivos de 99 meses, mas isso evidentemente ocorre em um ou outro segmento. Na média, os prazos para essa modalidade são baixos e perfeitamente comportados”, afirmou.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, chama a atenção o crescimento das operações de leasing, que é destinado em maior parcela aquisição de veículos. Em outubro, foram R$ 24,648 bilhões para pessoas físicas, alta de 11,4% em relação ao mês anterior.

Para o presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Luiz Montenegro, o risco de inadimplência em função do aumento dos prazos de financiamento ainda é baixo.

“Em alguns casos, o consumidor pode se endividar mais do que pode comprometer de renda em prestações, mas isso não ocorre só no mercado automobilístico”, disse. Montenegro orientou o consumidor a comprometer apenas 30% da renda com prestações.

Segundo ele, o setor financeiro consegue ter controle ao liberar um financiamento por meio da Central de Risco do Banco Central, de informações cadastrais e de birôs de crédito. No entanto, ele ressaltou que o principal responsável pelo controle das contas pessoais deve ser o próprio consumidor

Fonte: Diário do Grande ABC