CEO da Fiat anuncia ambições pós-crise


da Redação

Durante entrevista em Turim, na Itália, Sergio Marchionne, CEO da Fiat e da Chrysler, falou sobre seu plano para as empresas para os próximos cinco anos, cujo principal objetivo é dar às montadoras o alcance global e escala de que precisam para prosperar após a pior crise do setor automotivo nos últimos 60 anos.

Marchionne deu destaque ao objetivo de Fiat e Chrysler produzirem 6 milhões de carros por ano, número que ele acredita ser o necessário para produtores de grande volume sobreviverem no mercado automotivo global. A Fiat também vai separar suas divisões Iveco, de caminhões, e CNH, de tratores, de seu principal negócio. Analistas financeiros europeus viram essa atitude como um prelúdio da integração da Chrysler à Fiat e possíveis novas alianças e parcerias com outras montadoras.

A principal preocupação desses analistas quanto ao plano de Marchionne é se a Fiat conseguirá atingir seus objetivos em mercados emergentes, como China e Índia, onde a marca é fraca hoje. Para esses mercados, o plano de Marchionne inclui explandir a joint venture da Fiat na Rússia com a fabricante local Soller, para a produção de 280 mil veículos por ano até 2014, inclusive o Jeep Patriot e os substitutos do Liberty e do Cherokee.

Faz parte desta estratégia, ainda, produzir 300 mil carros por ano na China até 2014, a partir de uma nova joint venture com a Guangzhou Automobile Industry Group Co., que já tem parcerias naquele país com a Toyota e a Honda.

Aumentar as vendas na Índia, que foram de 21.194 unidades em 2009, para 130 mil em 2014, a partir da joint venture com a Tata Motors, é o terceiro ponto principal da estratégia para os mercados emergentes. Entre os objetivos, está ampliar as vendas da Fiat na América Latina, de 799 mil veículos em 2009 para 1,12 milhão em 2014.

O plano conclui que a Fiat deve dobrar suas vendas anuais para 3,8 milhões em 2014, enquanto a Chrysler fica com a incumbência de aumentar suas vendas para 2,8 milhões, um crescimento de 120% sobre as vendas de 2009, que foram de 1,3 milhão de unidades. O total de 6,6 milhões de veículos cai para 6 milhões quando os carros fornecidos pelas duas montadoras são omitidos da conta.

Marchionne disse que sua estratégia envolve uma transformação fundamental de uma fabricante que hoje é mediana na Europa, com uma infraestrutura de manufatura inadequada e uma estratégia de distribuição “mais ou menos”. Mas ele acredita que a Fiat pode se tornar um player global realmente competitivo com a Chrysler. Sem a aliança com a Chrysler, “a Fiat teria continuado um player à margem do mercado global para o resto da vida”, disse Marchionne.

Fonte: Interpress Motor