O Novo Mercedes-Benz Classe A está chamando a atenção para uma nova realidade da marca alemã. Ao mesmo tempo em que avança em tecnologia embarcada, o fabricante se junta à Renault para reduzir os custos de produção, adotando um novo motor da montadora francesa e ainda adicionando um eixo de torção na suspensão traseira das versões mais baratas.
A receita de simplificar itens que o cliente não vai notar de imediato, não é estratégia única da Mercedes, já que a Audi fez o mesmo no Brasil com o A3 Sedan, colocando um conjunto de barra de torção na traseira e um câmbio Tiptronic de seis marchas no lugar do S tronic de dupla embreagem de sete marchas.
No caso do Mercedes-Benz Classe A 2019, o hatchback deve ficar bem mais limitado que seu equivalente sedã, que ainda falta lançar, pois sem o CLA, o novo três volumes será a porta de entrada da marca para muita gente. Isso significa ter um preço competitivo e estar onde o clientes realmente vão querer a novidade. A redução de custos nesse caso, será primordial em certos mercados, tais como China e EUA. Neste último, a Daimler não venderá o hatchback, que está sendo oferecido apenas no Canadá.
Para entrar lá, o Classe A Sedan será a alternativa, porém, provavelmente sem suspensão simplificada por motivos óbvios. Já visto em testes na China, o sedã não deverá aparecer com entre-eixos mais longo, mantendo os novos 2,73 m. E aqui? Com fábrica em Iracemápolis-SP, a montadora faz o Classe C e o GLA. O segundo irá evoluir para a base MFA2 e deve adotar as mesmas tecnologias do hatch/sedã, além do propulsor principal.
Com este sendo feito aqui e o Classe C hoje com um preço bem elevado na versão C180, que custa R$ 178.900, a Mercedes-Benz poderia sacar o Classe A Sedan nacional com uma faixa de preço entre R$ 130 mil e R$ 180 mil. O motor Renault 1.33 Turbo (1.4 na Daimler) entrega 163 cv e 25,5 kgfm deve fazer parte do pacote nos dois modelos e até no C180. O motor 2.0 Turbo de 226 cv também não ficaria de fora, alimentando as versões mais caras.
Para reduzir os custos com importação, ainda mais agora que o Rota 2030 vai mesmo sair e obrigar um investimento local, esse propulsor deverá ser feito no Paraná pela Renault, pois irá equipar alguns modelos da marca francesa. A empresa já havia indicado seu desenvolvimento e ele chegará como alternativa muito mais eficiente ao velho motor 2.0 aspirado, que ainda se sustenta em alguns produtos do fabricante. Captur e Duster (novo) são os mais indicados para seu uso, assim como um Sandero R.S. Turbo.
Na Mercedes-Benz, os três modelos feitos em Iracemápolis poderiam usufruir do mesmo propulsor e calibragem, ainda mais com tecnologia flex, que pode elevar a cavalaria para a casa dos 170 cv usando etanol. Na Renault, um câmbio CVT seria o esperado, enquanto a Daimler deveria manter a dupla embreagem. Suspensão traseira? Espera-se que o conjunto multilink prevaleça neste sedã nacional. O que você acha disso?
[Projeção: Paul Tan]
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