Condução autônoma: diferenças entre os níveis 2 e 5

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A condução autônoma é algo que se discute abertamente hoje em dia e, para quem ainda não acredita nela, logo fará parte da vida da maioria das pessoas. Quando dizemos “da maioria”, não significa apenas as pessoas que podem comprar um automóvel com essa tecnologia. Antes ficção científica, agora o carro autônomo já surge como negócio futuro para alguns fabricantes.

Há 10 anos, seria impensável imaginar que a GM pudesse anunciar que mudaria seu negócio principal, deixando de vender carros como objetivo final e passasse a aluga-los, como se fosse uma Hertz em escala industrial. Tudo isso está ligado à condução autônoma, tecnologia que ainda é controversa para muita gente. Alguns não a esperam tão cedo, especialmente no Brasil. Outros querem vê-la bem distante de suas garagens, afinal, um carro de nível 5 torna qualquer motorista um mero passageiro.

Mas, o que seria um carro de “nível 5”? Este é, em resumo, o suprassumo da automação, mas não espere por 2030 ou 2040, pois ele já será realidade comercial nos primeiros anos da próxima década, que se aproxima. Desde que os carros elétricos começaram a ganhar força no mercado automotivo, rapidamente a capacidade destes de se auto-dirigir começou a ser desenvolvida. Hoje, o desafio é introduzir uma enorme quantidade de computação num espaço pequeno dentro do carro.

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Por isso, tecnologias como o processador Nvidia Xavier, permitirão que os carros fusionem uma quantidade enorme de dados em tempo integral. Mas, por ora, a condução autônoma está sendo implementada de forma gradual, não só para se obter mais experiência e testes, mas também para ambientar os motoristas em uma condição nunca vista anteriormente, que é a de confiar (sua vida, da família e de terceiros) plenamente em uma máquina.

Atualmente, isso ainda não é permitido do ponto de vista legal. Mas, mesmo que ainda não haja uma legislação nacional em parte alguma, estabelecendo regras para os carros que andam sozinhos, já existe uma diretriz para classifica-los.

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Seis níveis de automação

De acordo com a SAE, que é a sociedade global de engenheiros automotivos, existem seis categorias de automação e não cinco, como se imagina. Em realidade, a primeira nem é de fato, mas foi estabelecida como um parâmetro de comparação. Tais diretrizes substituem as normas anteriores da NHTSA nos EUA, por exemplo.

Assim, a primeira é o Nível 0. Este foi estabelecido desde que Karl Benz e Gottlieb Daimler começaram a andar em suas “carruagens motorizadas”, que foram os primeiros automóveis. Até os dias atuais, são todos os carros, independente se são manuais ou automáticos, que basicamente possuem um volante e pedais para controle 100% humano da condução. Até aí, é o que o brasileiro mais está acostumado a ver, por exemplo.

Em segundo, surge o Nível 1. Aqui, a automação começa a tomar forma através do uso de câmeras para manobras e sensores de aproximação, bem como radares de monitoramento a distância. Nesse caso, são todos os carros que possuem controles de cruzeiro adaptativos, alertas de faixa e colisão, frenagem automática de emergência, entre outros. Alguns carros nacionais já portam tais equipamentos. Aqui, o motorista ainda precisa estar 100% no controle do veículo.

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A partir do Nível 2, o motorista já pode começar a permitir que a tecnologia assuma uma pequena parte da tarefa. Nesse nível, o carro assume a direção (aceleração e freios também) de forma limitada, em condições específicas. O motorista pode até tirar a mão do volante, mas dependendo da marca, isso é permitido apenas por alguns segundos. Ele tem de estar 100% focado na condução, mesmo sem exerce-la.

Mas só existe lá fora… Errado. O Pilot Assist da Volvo (terceira foto de cima para baixo) e sistemas semelhantes da Mercedes-Benz e BMW já estão presentes por aqui. Já se fala em Super Nível 2, que seria a fusão de mais sensores a bordo do carro e no exterior, fazendo com que o carro reaja antes do condutor, mesmo que o sistema não esteja em uso. O mais recente Audi A6 Sedan 2019, por exemplo, já consegue fazer isso.

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No Nível 3, em situações específicas, o motorista não precisa manter as mãos ou os dedos no volante, respondendo aos pedidos do sistema do Nível 2. Todo o resto é feito pelo carro, inclusive ultrapassagens e alteração de condução de acordo com o tráfego. Quando solicitado, o condutor deve assumir. Caso não faça, o carro então reduz a velocidade e estaciona em um local seguro.

A Audi já dispõe dessa tecnologia no A8, por exemplo. Estacionar em vagas ou na garagem sem a presença do condutor é outra realidade desse nível. O Auto Pilot mais recente da Tesla é outro exemplo. Aqui ainda não temos carros rodando com essa tecnologia, por enquanto. Mesmo que ele faça tudo isso, é preciso manter a atenção no que o carro está fazendo.

Já no Nível 4, que para muitos é a condução autônoma propriamente dita, o nível de processamento de dados é elevado o suficiente para que o motorista possa finalmente deixar de prestar a atenção na direção do veículo. Esperado para 2021, esse nível permite que o carro assuma toda a tarefa de condução, enquanto motorista e passageiros podem relaxar, dormir, entreter e trabalhar sem se preocupar com o resto. A fusão de dados chegará a 30 trilhões por segundo. Mas, o motorista ainda pode desligar tudo e dirigir como nos velhos tempos…

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E o Nivel 5? Lembra da “maioria”? Pois é, esse nível pode-se dizer que será “democrático”. É aí que o carro deixa essencialmente duas coisas para trás: volante e pedais. E mais, ele também se liberta daquele que sempre o controlou, o ser humano. Nessa liberdade do automóvel, o motorista não é mais necessário e todas as pessoas poderão usufruir da tecnologia, uma vez que é o objetivo final de empresas como a GM, por exemplo.

A ideia será substituir a propriedade privada pela compartilhada nesse nível, pois não será mais necessário adquirir um carro próprio. Basta apenas chama-lo, usa-lo e depois deixa-lo em qualquer lugar. Logicamente, haverá categorias e custos diferenciados, onde poderemos pedir do mais básico ao mais luxuoso. O Bolt da GM e o Vizzion da Volkswagen são vislumbres desse futuro, que começa igualmente nos primeiros anos da próxima década. E você, está preparado para essa realidade? Qual nível você prefere?

[Fonte: Defesanet]

Agradecimentos ao Otávio.

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