Games: Far Cry 5 agrada também os fãs de carros

Um Polaris e um urso: o tipo de mistura que só Far Cry dá a você (Foto: Divulgação)

 

Far Cry sempre foi um jogo que encantou pela possibilidade de usar veículos variados. Não é diferente com a quinta edição do jogo. Lançado há algum tempo para PC, XBox e PS4, Far Cry 5 coloca o jogador no papel de um policial com uma missão difícil: enfrentar um grupo de religiosos fanáticos liderados pelo grupo de Joseph Seed. Ambientado em uma região de Montana, Estados Unidos, o jogo entra de cabeça na cultura interioriana local até na hora de escolher os carros.

Os desenvolvedores da Ubisoft evitaram veículos que poderiam parecer deslocados no lugar. Nada de Lamborghinis, o interior de Montana é habitado por muscle cars empoeirados, picapes surradas e, claro, SUVs preparados para o pior. Confira o trailer abaixo.

A receita de adaptação dos veículos para o jogo passa um pouco pela escola Rockstar/GTA. Tal como em GTA 5 e seus antecessores, os nomes reais não são usados para evitar dores de cabeça judiciais, enquanto alguns detalhes da carroceria mudam pelo mesmo motivo. Um Chevrolet Camaro 1968 vira o Kimberlite ZTS e uma picape Chevy C de 1981 torna-se a Pygmalion Hillside.

Muscle cars mais modernos também têm espaço, caso do Kimberlite S 2002 (Ford Mustang). Sim, o mesmo fabricante do Camaro fictício. Os concorrentes da Rockstar evitam um pouco essas confusões as linhas de cada fabricante, embora apliquem uma dose quase cruel de ironia ao escolher os nomes das marcas e carros. Far Cry evita muito mais estas piadas corporativas e até indentifica alguns veículos pelo fabricante real, caso dos utilitários de lazer da Polaris, o que certamente envolveu um acordo entre os produtores e os fabricantes do produto.

Montana não se trata de uma das regiões mais prósperas dos Estados Unidos, o que abriu espaço para a inclusão de carros considerados baratos por lá. O Mitsubishi Lancer dos anos 90 se tornou o Hayai Stryus ZRP e o Colt é chamado como Hayai ZIP-R.

Far Cry 5 une carros como Dodge Charger, Chevrolet Camro e picapes do naipe da Nissan Titan (Foto: Divulgação)

 

No mundo country, as picapes têm a preferência. Os utilitários do grupo de Seed incluêm desde as Chevrolets C dos anos 80 até Ford F150 de gerações recentes. E o estado dos modelos não é dos melhores sempre, afinal, trata-se de uma terra repleta de terrenos difíceis.

O jeitão surrado dos veículos acrescenta uma dose extra de realismo, tal como a resistência deles a danos. Nenhum deles resiste muito a tiros ou batidas fortes, algo que vai exigir um pouco de cautela por parte do jogador para evitar panes mortais. Afinal, ninguém quer ficar girando a chave do contato em falso enquanto vira alvo de um grupo armado.

Testado no PlayStation 4 Pro, o jogo mostrou que faz bom uso dos efeitos gráficos HDR e da resolução superior do console da Sony – comparado ao PlayStation 4. Os gráficos não são arruinados pelas cenas de ação intensa, tampouco pela velocidade que você trafega. Mas o realismo poderia ser superior por outro lado. Ao entrar nos veículos, somente alguns possuêm interiores semelhantes aos da vida real e os espelhos retrovisores continuam a serem embaçados, sem reflexos.

Músicas para viajar fazem falta

Como o enorme mapa é dividido em várias regiões, os desenvolvedores incluíram rádios no jogo. É algo bom e ruim. O lado bom é que você pode ouvir músicas variadas, das antigas como Creedence Clearwater Revival (Bad Moon Rising) aos grupos mais novos, caso do Cage the Elephant (Mess Around). O ruim é que uma das duas rádios é focada nas transmissões religiosas do seu arqui inimigo Seed e seu grupo de parentes e seguidores. Deveria haver mais rádios, uma falha comum a outros jogos da Ubisoft que envolvem longos trechos de direção, exemplo do Ghost Recon Wildlands.

Seu primeiro veículo armado pode ser esse Wrangler chamado de Death Wish (Foto: Divulgação)

 

A engine Dunia é uma versão antiga do sistema da série Far Cry e parece fazer um bom trabalho na hora que você embarca em um dos carros. Aqui cabe uma ressalva: Far Cry 5 é um jogo de tiro em primeira pessoa, então, tudo nele relacionado aos carros é diferente de um simulador, mesmo que comparado a um arcade. Até mesmo na hora que você está a pé a interação com os veículos é possível: dá até para soltar o freio de estacionamento e mover os carros.

Para o tipo de jogo, as reações ao volante parecem realistas e é fácil seguir todo o tipo de traçado com a ajuda dos comandos rápidos. Nem mesmo outros veículos como quadriciclos, barcos ou aviões exigem uma curva de aprendizado muito rápida. Porém, os habituados a simuladores logo notarão que os efeitos sonoros estão longe de serem ricos e a física é generosa com tudo que você dirige ou pilota. Até os caminhões parecem rápidos demais.

Que seja, Far Cry 5 está aí por outro motivo. Você pode embutir metralhadoras em qualquer tipo de carro, seja ele um pony car ou um SUV. Ou até escolher um já pronto ou apelar para um blindado de fato. As possibilidades incluem aviões, helicópteros e barcos armados. A estratégia do jogo passa por ajudar o maior número de pessoas que você puder.

Você pode dirigir o que você quiser, de um trator a um caminhão (Foto: Divulgação)

 

Estender a mão ao próximo no jogo não é uma questão de altruísmo: a maioria das pessoas auxiliadas vai se oferecer para apoiar a sua campanha contra Seed, enquanto outros vão se colocar à sua disposição como parceiros e vão apoiá-lo com seus mortais veículos e também com seus animais. Sim, você pode controlar até um urso, a foto de abertura da matéria não me deixa mentir. Entre os destaques do jogo, também há o modo cooperativo online, no qual você pode jogar com algum amigo online e preparar ataques com táticas mistas, envolvendo carros, barcos, helicópteros e o que mais você quiser.

A progressão de Far Cry 5 é rápida. Você tem acesso a um Jeep Wrangler blindado com uma metralhadora instalada no teto logo ao ajudar um dos seus primeiros contatos (Merle). Para você ter uma ideia do poder de destruição, o utilitário é chamado pelo seu dono de “Death Wish”, como os filmes da série Desejo de Matar. Isso diz tudo, afinal, é na hora de causar o maior caos possível a bordo de veículos que Far Cry se destaca da média dos outros jogos de mundo aberto em primeira ou terceira pessoa.