Hyundai HB20 mudará pouco, e tendência é virar eterno vice-líder

A bela história da Ponte Preta (Campinas-SP) conta com quatro vice-campeonatos paulistas como auge: 1977, 79, 81 e 2008.

A bela história do Hyundai HB20 (Piracicaba-SP) conta com três vice-campeonatos brasileiros como auge: 2016, 17 e 18.

A Ponte é um time de futebol, o HB20 é um carro, e tanto aquele esporte quanto o mercado automotivo são uma caixinha de surpresas — mas é razoável prognosticar que o modelo da Hyundai terá de se contentar com mais um vice, o deste ano, e provavelmente também nos anos seguintes.

O HB20 foi lançado em 2012 e, três anos depois, já era o terceiro carro mais vendido no Brasil (na carroceria hatchback). Além dos méritos próprios, beneficiou-se do declínio do Volkswagen Gol (líder por 27 anos, até 2014) e da agonia do Fiat Palio, que acabou enterrado em 2018.

Hyundai Saga EV
Hyundai Saga EV
Hyundai Saga EV
Hyundai Saga EV

Mas o mesmo concorrente direto do HB20 (e também do Gol) que abocanhou a liderança do mercado em 2015 conseguiu manter-se no topo nos anos seguintes e, neste 2019, já abriu folgada liderança sobre o vice HB20 no acumulado de emplacamentos até abril (dados da Fenabrave): o Chevrolet Onix.

O modelo da marca da General Motors foi lançado em 2012 para dar caneladas no Gol e virar o jogo no ranking dos mais vendidos o mais rapidamente possível. Conseguiu, e desde 2016 passou a ter o HB20 como sua Ponte Preta de estimação.

Agora, começa o zunzunzum extra-oficial sobre o novo HB20, cujo lançamento está previsto para agosto (primeiro o hatch, logo em seguida o sedã HB20S). Informações misturadas com oba-oba em redes sociais não têm acrescentado muita coisa, mas o que se espera é um carro com visual (ligeiramente) baseado no conceito Saga, exibido no Salão de São Paulo de 2018, e também no mais recente Elantra americano.

Hyundai Elantra pode emprestar visual ao HB20

Hyundai Elantra pode emprestar visual ao HB20

Se isso se confirmar, o novo HB20 terá um toque de ousadia no conjunto óptico retilíneo e pontiagudo (o do Elantra parece um triângulo escaleno) em contraste com um certo arredondamento nas formas, deixando-o mais bojudo.

NÃO É NOVO — Mas a questão mais importante a respeito do novo HB20 é que não se trata de uma nova geração, e sim de uma segunda reestilização.

A plataforma segue a mesma do lançamento há sete anos, o que sugere pouca, ou nenhuma, mudança no entre-eixos de 2,5 metros. Mais surpreendente é a despreocupação da Hyundai em atualizar o trem-de-força do modelo. O HB20 deve continuar oferecendo o tricilíndrico 1.0 (Kappa) e o 4-cilindros 1.6 (Gamma), ambos aspirados e velhos conhecidos do consumidor brasileiro.

O motor 1.0 turbo, caso continue em produção, depende de receber injeção direta para superar os atuais e insuficientes 105 cv de potência. Essa é a maior dúvida.

O resultado desse conservadorismo é a provável manutenção do preço do compacto reestilizado na faixa atual, que parte de R$ 44.490.

Mas um resultado secundário é a percepção de que um novo vice-campeonato da Ponte Pre… ops, do HB20 na briga com o Onix ficará de bom tamanho; afinal, uma das novidades do Chevrolet confirmadas para sua iminente reformulação é a oferta de um motor turbo, tricilíndrico e de 1 litro, com injeção direta de combustível — e as consequentes melhoras em desempenho e consumo.

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