Peugeot 106: história, anos, versões, motores e detalhes

Peugeot 106: história, anos, versões, motores e detalhes

O Peugeot 106 foi o menor carro da marca francesa que chegou ao mercado brasileiro.

O pequenino europeu desembarcou por aqui em 1992 e ficou quase 10 anos, sendo uma opção barata e de baixo custo.

Com pouca manutenção, o hatch poderia ter ido muito além, mas infelizmente o Peugeot 206 eclipsou as vendas e assumiu a posição de destaque.

Tido como um carro muito econômico, o Peugeot 106 tem até hoje fãs pelo Brasil.

Sempre com carroceria hatchback e com opção de duas ou quatro portas, o carrinho mandava bem em sua proposta.

Embora a motorização sempre tivesse centrada no uso de motor 1.0, motivo pelo qual perdeu espaço para o 206, houve mais.

Peugeot 106: história, anos, versões, motores e detalhes

O Peugeot 106 também teve 1.4 no Brasil, mas sempre com uma proposta de desempenho suficiente para uso urbano.

Pequeno e leve (o irmão Citroën Saxo tinha carroceria carregada no World’s Strongest Man), o 106 podia ser facilmente estacionado.

Simpático, teve versões bem acabadas e com temática bem jovem, sempre na moda (europeia, é claro).

Feito em duas fábricas na França e uma na Tunísia, o hatch teve quase 2,8 milhões produzidos e viveu quase o tempo de mercado no Brasil.

Contudo, teve duração menor que o antecessor 104, que foi de 1972 até 1988.

Sua saída abriu espaço para um novo carrinho de origem japonesa, o 107, que era uma versão Peugeot do Toyota Aygo.

Peugeot 106

Peugeot 106: história, anos, versões, motores e detalhes

Com apenas uma geração, mas um facelift bem extenso, chamado de Fase II, o Peugeot 106 era simples e objetivo.

Em sua versão de lançamento, que foi a que estreou no Brasil, media o mesmo que um Fiat Mobi.

Parece estranho dizer, mas conceitualmente, comparado com o carrinho da Fiat atual, o 106 era mais moderno.

Com 3,564 m de comprimento, 1,590 m de largura, 1,369 m de altura e 2,385 m de entre eixos, o Peugeot 106 era um subcompacto.

O capô era curto e a frente era rebaixada, tendo faróis grandes e inclinados para dentro.

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Era retangulares e de lente única, tendo piscas separados.

A grade era falsa e tinha alguns frisos como ornamento, além do logotipo do leão.

Algumas versões tinham grades diferentes, algumas com pequena abertura na parte inferior.

O para-choque tinha a parte superior preta e podia ter frisos vermelhos, como na versão Rally.

A parte inferior do protetor tinha molduras para faróis de neblina, dependendo da versão, além de formar um spoiler natural.

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Vincos suaves no capô marcavam a frente, enquanto o habitáculo parecia bem amplo olhando de fora.

O Peugeot 106 era um carro focado nas pessoas e por isso sua carroceria era volumosa em área envidraçada.

As colunas A e B eram bem estreitas, ampliando essa sensação de espaço interno.

E isso tudo olhando de fora…

Os retrovisores eram bem pequenos e aerodinâmicos, propositalmente para reduzir arrasto e valorizar as formas do carro.

A linha de cintura era baixa e assim as janelas eram grandes.

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Na versão de duas portas, ostentava com prazer o DNA estilístico da Peugeot com as colunas C bem largas e robustas.

Elas eram o sustentáculo do design da Peugeot, indicando resistência apesar da leveza das formas.

O Peugeot 106 de duas portas não tinha maçanetas e usado trincos como os do Fiat Uno.

As janelas traseiras eram pequenas, mas basculantes.

Havia sempre frisos pretos ou na cor do carro nas laterais, que ajudavam a proteger as portas ao abrir.

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Também ajudam a combater as pancadas leves dos alheios no estacionamento.

Um bocal de tanque estilizado ficava na base da coluna C.

Na traseira, o Peugeot 106 tinha lanternas pequenas e inclinadas para dentro, rentes ao para-choque de duplo acabamento.

O vidro traseiro era enorme e tinha limpador com lavador e desembaçador.

Ele permitia boa visibilidade traseira, o que ajudava muito na hora de estacionar na rua.

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Com quatro portas, o modelo parecia ainda mais amplo por fora.

Havia boa simetria entre as quatro portas, com as traseiras tendo grandes quebra-ventos falsos.

As colunas C eram um pouco menos espessas, mas ainda passam a mensagem de robustez das linhas.

Nesse versão, o Peugeot 106 tinha maçanetas embutidas em posição normal, solução parecido com a do Fiat Uno 4 portas.

O hatch francês tinha ainda rodas pequenas, geralmente de aro 13 polegadas, salvo algumas versões na Europa.

Elas eram de aço estampado, mas algumas foram feitas de ferro.

Havia conjuntos de liga leve em versões mais esportivas ou completas.

Peugeot 106 – amplo espaço

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Se por fora o Peugeot 106 parecia espaçoso para seu tamanho, por dentro, realmente ele cumpria o que prometia.

Com ambiente bem iluminado pela área envidraçada grande e linha de cintura baixa, o hatch era um convite para o dia a dia.

O espaço para as pernas atrás era mesmo bom, assim como na frente.

Com projeto para quatro pessoas na Europa, aqui ele foi vendido com cinco vagas.

Bancos e portas tinham padronagem agradável e de boa qualidade.

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O painel era bem simples, mas completo, tendo até conta-giros, além de velocímetro com hodômetros analógicos e um relógio digital.

Também tinha medidor de combustível e temperatura da água.

O rádio era 1din e podia ter toca-fitas, enquanto o ar condicionado tinha controles por alavancas e botão logo abaixo.

Porta-luvas pequeno e difusores bem distribuídos, pronto, ele já estava completo.

O volante de três raios fechava o pacote, que podia ter retrovisores com ajuste manual e vidros por manivelas.

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Dependendo da versão, havia trio elétrico, exceto nos vidros traseiros.

O banco traseiro era bipartido e os cintos traseiros laterais eram de três pontos.

O Peugeot 106 da Fase I tinha 215 litros no diminuto porta-malas, feito para uso urbano, similar ao Fiat Mobi.

O tanque tinha 45 litros.

Leve, pesava em torno de 800 kg.

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Sua suspensão era McPherson na frente e eixo de torção com barra estabilizadora na traseira.

Esta última tinha amortecedores deixados em longitudinal, num arranjo próprio da PSA e sem molas helicoidais.

No Peugeot 106 Rallly, dois amortecedores com molas telescópicas eram ligados um ou outro ao lado do eixo, em posição transversal.

Apesar da inovação, o hatch era considerado um carro duro demais para rodar em ruas e estradas esburacadas do país.

Com isso, o conjunto de molas, feixes, buchas e batentes sofriam muito com desgaste prematuro.

Motor pequeno

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Na Fase I, o Peugeot 106 teve somente três motores de quatro cilindros movidos por gasolina, sendo 1.0, 1.1, 1.3, 1.4 e 1.6 litro.

Também estavam disponíveis dois diesel aspirados 1.4 e 1.5 litro na Europa.

Dos três, apenas os 1.0 e 1.4 a gasolina foram importados ao Brasil.

No início da importação, em 1992, o Peugeot 106 chegou na versão XT e com motor 1.4 8V de 75 cavalos.

Este era o mesmo motor usado no 205 e no futuro 206, tendo evoluído para 1.5 e usado até pouco tempo atrás.

Foram poucas unidades vendidas e hoje é raro no mercado.

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O mais popular, no entanto, foi o TU9, um propulsor 1.0 litro de oito válvulas com comando simples no cabeçote.

Com injeção monoponto, esse motor singelo tinha 50 cavalos a 6.000 rpm e 7,5 kgfm a 3.700 rpm.

Ele chegou em setembro de 1994 e trabalhava com transmissão manual de cinco marchas.

Apesar de alguns consumidores acharem o propulsor fraco, ele trazia especificações parecidas com as de concorrentes nacionais, como o Chevrolet Corsa Wind, por exemplo.

Ia de 0 a 100 km/h em eternos 19,2 segundos e tinha máxima de 150 km/h.

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No consumo, fazia 9,7 km/l divulgados, mas proprietários falavam em 14 km/l na cidade. Na estrada, obtinha 16,7 km/l.

Talvez o maior erro da Peugeot tenha sido não atualizar o propulsor 1.0, pois, o mesmo continuou sem alterações até 2001.

Na Europa, a coisa era bem diferente e o 106 da Fase I nadou de braçada com pequenos motores que faziam a alegria dos clientes.

Só o TU2 1.3 tinha nada menos que 100 cavalos, o dobro do 1.0 oferecido aqui.

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Esse era oferecido nas versões esportivas XSi e Rally, sendo este último mais voltado para quem queria pegar a pista de corrida.

Daí, tinha conjunto de suspensão diferenciado na traseira, direção hidráulica e alguns confortos como ar condicionado e vidros elétricos.

A versão R2 era de fato para entrar competindo e tinha bancos topo concha da Sabelt, gaiola de proteção e motor de 106 cavalos.

Houve ainda um 1.6 8V de 104 cavalos, enquanto os diesel ficavam na casa dos 50/55 cavalos.

Peugeot 106 no Brasil

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Quando reentrou no mercado brasileiro em 1994, o Peugeot 106 veio com três versões.

A Kid era de entrada e vinha somente com o básico, que em comparação com os populares da época, era um “luxo”.

Tinha conta-giros, medidor de temperatura da água, vidros verdes e limpador e lavador traseiro com desembaçador.

As rodas eram 13 polegadas com pneus 145/70 R13, enquanto maçanetas, frisos laterais, retrovisores e para-choques eram pretos.

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A opção intermediária era a XN, que trazia calotas nas rodas de ferro, assim como acabamento em tecido nas portas, vidros e travas elétricas e ar quente.

Por fim, a opção topo de linha era o 106 XT com rádio toca-fitas, antena no teto e ar condicionado, além de padronagem diferenciada.

Com incertezas na economia, o imposto de importação decolou e a importação foi paralisada temporariamente.

Foi nesse período que a Fase II entrou em ação na Europa e mudou o Peugeot 106 por aqui também.

Fase II do 106

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Em 1996, a Peugeot mudou o 106 para a chamada Fase II, uma atualização de meia vida que foi bem profunda no hatch.

Com uma frente mais longa e baixa, o Peugeot 106 aumentou de tamanho.

Seu comprimento foi para 3,678 m e a largura passou para 1,594 m.

A altura foi para 1,380 m e o entre eixos ficou em 2,87 m.

As mudanças não afetaram o tamanho do bagageiro, que continuou a ter 215 litros, assim como o tanque permaneceu em 45 litros.

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O Peugeot 106 Fase II era mais bonito, tendo uma frente mais expressiva com faróis pronunciados.

A grade central era bem estilizada e tinha apenas uma abertura retangular, ostentando o logotipo atualizado da Peugeot.

O para-choque era uma peça mais definida e tinha protetores emborrachados.

Dependendo da versão, tinha faróis de neblina integrados ao desenho.

Havia entrada de ar ovalizada na parte inferior do protetor.

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Nas laterais, os frisos de proteção eram maiores e pretos, tendo ainda repetidores de direção nos para-lamas dianteiros.

Na traseira, as lanternas ganharam lentes mais vermelhas e o para-choque na cor do carro, junto com a proteção preta.

De novidade mesmo, somente a frente diferenciada.

Porém, a Peugeot fez uma alteração para o Brasil, elevou a altura da suspensão para dar conta da buraqueira do país.

O Peugeot 106 Fase II chegou ao Brasil na versão Soleil, intermediária, que logo foi complementada pela Selection de entrada e a Passion no topo da gama.

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Esta última trazia vidros elétricos e travas igualmente eletrificadas, assim como ar quente, rádio e todos os recursos anteriores, incluindo faróis de neblina.

Em 2000, o Peugeot 106 Quicksilver iniciava a parceria do fabricante francês com a marca de surfwear australiana no Brasil.

Nessa edição especial, o hatch tinha bancos com padronagem diferenciada com detalhes em azul, bem como cluster de fundo azul e itens como faróis de neblina e molduras nas saias de rodas.

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Os últimos exemplares tinham opção de airbag para o motorista, mas o 106 por volta de 2000 já estava com os dias contados.

O Peugeot 206 era mais moderno e feito localmente em 2001, chegando com motor 1.0 16V da Renault.

Assim, a Peugeot jogava uma pá de cal sobre o 106 no Brasil.

Lá fora, a Fase II teve até uma versão esportiva S16 com motor 1.6 16V de 118 cavalos.

Elétrico

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Em torno de 24 anos antes da chegada do Peugeot e-208 2020, o Peugeot 106 já aparecia com uma versão 100% elétrica na Europa.

Desenvolvido em parceria com a empresa Heuliez, que faz quadriciclos (minicarros urbanos diesel), o 106 Electric surgia.

Ele era equipado com baterias de níquel-cádmio, que eram populares em meados dos anos 90.

Seu motor elétrico tinha somente 15 cavalos, insuficientes mesmo para uma performance urbana.

O projeto era grandioso e envolvia a produção de até 20.000 carros por ano, segundo projeção de vendas da Peugeot.

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A ideia era fazer em torno de 100.000 carros no segundo ciclo de vida do Peugeot 106, que se encerraria em 2003.

Porém, o alto preço e a baixa autonomia de 100 km, sem contar a velocidade limitada em 90 km/h, não atraíram compradores comuns.

O governo francês entrou para dar uma ajuda e comprou a maioria dos 6.400 exemplares para atender os órgãos públicos.

Apesar do baixo volume, a produção do hatch elétrico se deu até 2003.

E assim, nesse mesmo ano, o Peugeot 106 como um todo sai de cena.

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