Fabricantes alemãs testaram gases tóxicos em humanos e macacos

O governo da Alemanha denunciou experimentos realizados por fabricantes do país envolvendo seres humanos e macacos. A responsável teria sido a Associação Europeia de Estudos sobre a Saúde e o Meio Ambiente no Transporte (EUGT, na sigla em alemão), entidade fundada e gerida por Volkswagen, Daimler e BMW.

Os experimentos, de acordo com o reportado, eram escabrosos. Seres humanos e macacos inalavam gases emitidos por motores a diesel. O objetivo era determinar quais efeitos estes gases causavam ao sistema respiratório e à circulação sanguínea. A associação responsável, de acordo com a BBC, foi dissolvida pelas fabricantes no ano passado.

Ainda segundo a BBC, o governo alemão pediu mais detalhes sobre os experimentos. “Estes testes em macacos, e até mesmo em humanos, não podem ser justificados eticamente de maneira alguma”, afirmou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler Angela Merkel.

Já a Ministra do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear, Barbara Hendricks, classificou os testes como “abomináveis” e se mostrou chocada quanto à condução dos experimentos por parte dos cientistas.

Volkswagen, daimler e bmw dieselgate escândalo testes experimento

Na semana passada, o New York Times publicou que a pesquisa do EUGT foi realizada com o objetivo de derrubar decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que classificava os gases emitidos pelos motores a diesel como cancerígenos. Em 2014, a associação expôs macacos aos gases. Os testes, de acordo com o Times, foram realizados nos Estados Unidos, em Albuquerque, Novo México.

No fim de semana a bolha estourou de vez. A imprensa alemã noticiou que pelo menos 19 homens e seis mulheres foram submetidos ao mesmo tipo de experimento pelo EUGT. Jornais e revistas dizem que o estudo da exposição dessas pessoas aos gases foram publicados em 2016.

A Daimler liberou comunicado no domingo, afirmando que “condena os experimentos”. A empresa diz se sentir “chocada e ultrajada” pelos estudos. Também afirma que o estudo contradiz seus “valores e princípios éticos”. A Volkswagen usou o Twitter para responder ao New York Times. “[Nós nos] afastamos clara e explicitamente de abusos animais”. A fabricante ainda disse ter conhecimento de que “os métodos científicos usados pelo EUGT eram errados” e pede “sinceras desculpas por isso”.

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