FCA abandonará motores a diesel até 2022

Depois de diversas marcas anunciarem que se distanciarão de combustíveis fósseis, agora é a vez da Fiat Chrysler Automobiles deixar o diesel para trás. De acordo com a publicação Autocar, o grupo decidiu deixar de produzir motores a diesel até 2022. Um anúncio oficial da marca será feito em junho. Decisão é decorrência do Dieselgate, escândalo da fraude de emissões que se iniciou em 2015.

Jeep Renegade está entre os modelos com motores a diesel oferecidos pela FCA no Brasil FCA diesel
Jeep Renegade está entre os modelos a diesel oferecidos pela FCA no Brasil (Sérgio Melo/AutoPapo)

O grupo FCA controla as marcas Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Alfa Romeo, Chrysler, Maserati, Abarth e Lancia. No Brasil, os motores a diesel do grupo se concentram nos modelos da Ram – que oferece a picape 2500 como modelo único no país – e da  Jeep, com exceção para o Wrangler.

Na Europa, entretanto, onde a Fiat tem um de seus principais mercados, são oferecidos diversos compactos com opções de motores a diesel. Entre eles, quatro modelos da Alfa Romeo, três versões do Fiat 500, Doblò, Tipo, Panda, Qubo e Fullback. Também circulam, na região, os utilitários da Jeep com motores a diesel, como também no Brasil, e até mesmo três modelos da Maserati fazem uso do combustível.

No total, há 20 veículos da FCA, entre modelos e versões, com motores a diesel na Europa. Entre estes, a picape Fullback não é produzida com outras motorizações. Ainda não se sabe se a marca interromperá a fabricação de veículos que se enquadrem nessa situação.

Decisão da FCA sobre diesel é decorrência de escândalo das emissões

A decisão do grupo FCA de deixar de comercializar veículos a diesel é um desdobramento do escândalo do Dieselgate. Em 2015, instituições de vigilância ambiental dos Estados Unidos descobriram que alguns automóveis a diesel da Volkswagen estavam emitindo um nível de poluentes acima do permitido pela lei. Em alguns casos, as emissões chegavam a ser 40 vezes maiores do que o previsto pela legislação.

Após investigações, a montadora alemã confessou que havia instalado um software na unidade de controle de seus motores a diesel com o objetivo de diminuir o nível de emissões quando eles estivessem sendo testados. Após os testes, que eram detectados pelo programa, os motores passavam a liberar químicos nocivos à saúde na atmosfera. A fraude era praticada há diversos anos, afetando milhões de veículos.

A Volkswagen foi multada pela prática, mas durante as investigações, descobriu-se que outras montadoras também poderiam estar envolvidas no esquema. As autoridades de ambos Estados Unidos e Europa seguem analisando a questão, mas sabe-se que o grupo FCA foi acusado pela Kraftfahrt-Bundesamt (KBA), autoridade alemã, de fazer uso do software no modelo 500X.

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Fiat 500X, versão do 500 com motor a diesel vendida na Europa, foi indicada pela KBA, na Alemanha, de carregar software para fraudar emissões (Fiat/Divulgação)

Em decorrência do escândalo do Dieselgate, diversas fabricantes têm anunciado suas decisões de abandonar o combustível no futuro, alegando, também, queda nas vendas de veículos a diesel. No ano passado, a FCA foi a única entre as 25 maiores montadoras da Europa a não reportar diminuição na categoria, ainda de acordo com o Autocar.

No ano passado, os governos da França, Reino Unido, China e Noruega determinaram que vão banir a venda de carros movidos a diesel ou a gasolina a partir de 2040. Plano semelhante está sendo discutido pelo estado da Califórnia, nos Estados Unidos. No Brasil, um Projeto de Lei também surgiu com a mesma proposta.

As decisões governamentais também podem ser consideradas na análise das decisões das fabricantes. Na semana passada, a Porsche anunciou que deixaria de vender veículos com motores a diesel, citando uma “mudança cultural” no mercado. Já em 2017, a Volkswagen declarou que deixará de comercializar automóveis da categoria nos Estados Unidos.

Enquanto isso, Aston Martin, Volvo, BMW e Mercedes-Benz anunciaram, no ano passado, que iriam oferecer opções híbridas ou elétricas para toda ou parte da gama até 2020. Já a Uber anunciou, no ano passado, que não utilizará estes automóveis em Londres a partir de 2019. No Brasil, o óleo foi proibido para veículos de passeio na década de 70.

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