Fiat aposta em mercado de 5 milhões

Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC

A Fiat prevê mercado de 5 milhões de veículos no Brasil para o período entre 2011 e 2012. Segundo Cledorvino Belini, presidente da montadora no Brasil, somente com tal volume de produção, o País conseguirá enfrentar a concorrência chinesa no futuro.

“É a escala que dá competitividade e o Brasil é bom produtor de automóveis”, afirmou Belini, nesta segunda-feira, na Fenatran (Salão Internacional do Transporte), após apresentar a versão minibus Teto Alto da linha Ducato como aposta da empresa no segmento de comerciais leves.

E o grupo Fiat se prepara para tal crescimento. Em Minas Gerais, onde se concentram as unidades de automóveis, caminhões e motores, há obras de expansão. Além disso, a montadora retomou as atividades da planta de Córdoba, na Argentina.

Para esta semana, está marcada visita do CEO (presidente) do grupo, Sergio Marchionne, ao Brasil. Porém, Belini negou que o assunto a ser tratado será uma expansão da fábrica de automóveis em Betim (MG).

O ritmo acelerado da indústria preocupa o setor em relação aos gargalos de produção. Entretanto, o presidente da Fiat acredita que não serão obstáculos para a indústria atingir a marca prevista.

“Ninguém esperava a produção de 3 milhões de veículos neste ano. A demanda chegou e a gente fez”, observou. De acordo com Belini, a Fiat tem capacidade para fabricar 3,5 milhões de unidades. “Com pequeno investimento vai para 4 milhões”, afirmou.

Mercado – Na opinião de Belini, nem os impostos e nem o câmbio são inibidores do setor. Segundo ele, o que importa é a manutenção da disponibilidade de crédito, melhor distribuição de renda, diminuição do desemprego e crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no patamar de 5%.

Para o presidente da Fiat, o Brasil precisa também se transformar em grande exportador de produtos manufaturados, e não de commodities como é hoje.

“Ao invés de exportar aço, temos que exportar carro. Temos que aumentar a parceria com os fornecedores”, disse. “O Brasil precisa de mercado”, completou.
Fonte: Diário do Grande ABC