Marchionne, que está no Brasil desde quarta-feira, deve anunciar o investimento na manhã desta sexta-feira Brasília, DF, durante encontro no Palácio do Planalto com o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
Tudo na mão – Argumento decisivo para garantir o investimento no Brasil é o fato de que boa parte do dinheiro necessário já está disponível dentro do próprio País, em condições bastante favoráveis. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, recentemente colocou à disposição da Fiat R$ 600 milhões para serem usados livremente no programa de expansão da montadora. E o governo mineiro cacifou a aposta e ainda colocou mais recursos para manter o investimento no Estado. Poucos dias depois de o BNDES liberar a linha de crédito, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, BDMG, concedeu mais R$ 800 milhões à Fiat.
O terreno para a ampliação também já está na mão. A planta industrial de Betim deve avançar para área ao lado da unidade. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Fiemg, na qual é conselheiro o presidente da Fiat Brasil e América Latina, Cledorvino Belini, foi informada que a montadora aceitou o terreno de 1,5 milhão de hectares oferecido pela Prefeitura de Betim para a expansão da fábrica. O prefeito Carlyle Pedrosa disse que providenciará o que for necessário: “O empreendimento é importante para Minas e fundamental para a cidade”.
Belini vinha negando veementemente a ampliação de Betim, dizendo que antes disso seriam exploradas todas as outras possibilidades. A empresa somente admitiu que já realiza importantes obras em sua planta, com grandes expansões nas áreas de funilaria, pintura e de circulação de veículos, depois que funcionários de empreiteiras cometeram a inconfidência de revelar informações à imprensa.
No limite – Pelo visto estão esgotadas outras possibilidades que não a expansão. Com a nova ampliação Betim poderá produzir 5,2 mil veículos por dia. Trata-se de salto para lá de grande. A empresa iniciou suas atividades em Minas há 32 anos com produção diária de oitocentas unidades e atualmente monta 3 mil veículos a cada 24 horas, operando dia e noite em três turnos, da 0h de segunda-feira até 6h do sábado. De 1o janeiro a 30 de outubro deste ano foram produzidos 596 mil 524 veículos, número que já qualifica Betim como a maior planta de produção industrial de automóveis na América Latina. Agora passará a maior do mundo.
Betim já é uma das plantas mais produtivas do mundo. Lá são produzidos catorze modelos diferentes de automóveis em cinqüenta versões. Mas a fábrica trabalha hoje com 15 mil empregados, número bem inferior aos 25 mil da época da inauguração em 1976. Essa redução deve-se a enormes ganhos de produtividade e transferências de muitas atividades para os fornecedores.
Mas mesmo com todos os ganhos de produtividade não é mais possível dar conta dos pedidos sem ampliar a fábrica. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Marcelino Rocha, informou que a despeito do esforço atual para ampliar a capacidade, a Fiat não conseguirá atender à demanda toda de 2007. O déficit está em torno de 25 mil veículos que serão comprados ainda este ano mas só entregues em 2008.
Marchionne pôde conhecer de perto todos os gargalos de produção. Ele visitou na quinta-feira as três unidades industrias do grupo em Minas Gerais – além de Betim, as fábricas de tratores da CNH e de caminhões da Iveco – e esteve reunido longamente com os dirigentes das plantas.
Fonte: Boletim Autodata
