Se depender da palavra de Mark Fields, o jovem executivo que comanda a estratégia da Ford nas três Américas, quem quiser comprar um Ka terá de ter paciência. Pelo menos nos próximos seis meses, a empresa não pretende ampliar sua capacidade de produção na fábrica de São Bernardo do Campo, nem ao menos introduzir um novo turno de trabalho.
´Já cometemos erros no passado´, explica Fields. ´Nos apaixonamos por um produto que teve boa acolhida inicial e isso levou a projeções erradas´. No caso do Ka, segundo o dirigente, a empresa deverá esperar cerca de um ano antes de tomar uma decisão.
Produtividade foi uma das palavras mais repetidas por Mark Fields na conversa que teve com um grupo de jornalistas em São Bernardo, no fim de fevereiro. A outra foi lucro. As duas são a chave do projeto One Ford, que visa integrar a capacidade produtiva das unidades da Ford em todo o mundo. Para ele, um dos motivos que levou a empresa à crise que vive hoje em sua matriz foi agir sempre regionalmente. ´Precisamos nos tornar uma empresa global´, enfatiza.
Produto – Uma das chaves para o futuro da Ford será a criação de plataformas e arquiteturas globais, processo que está iniciando com o lançamento, no Salão de Genebra, do novo Fiesta europeu. O carro, que também será vendido nos Estados Unidos, deriva do conceito Verve, apresentado previamente em alguns salões e é o primeiro a usar a nova plataforma universal da empresa para o segmento B, de veículos compactos.
´O Fiesta será lançado como hatch, com três ou cinco portas e poderá ter um sedã´, explica Fields. ´Mas sobre sua plataforma poderemos usar outros ´top hats´ (cartolas), ou seja, montar outros tipos de carros. Dependendo do mercado, poderemos ter um crossover, ou uma station. E, mesmo quando for o mesmo carro, ele será adaptado às necessidades regionais´, acrescenta. ´O novo Fiesta que vamos vender nos Estados Unidos, por exemplo, terá a dianteira diferente do europeu´.
O Fiesta feito na Europa não está nos planos imediatos de Ford para o Brasil. Este ano, deverão ser lançados aqui o novo Focus, feito na Argentina, e o crossover Edge, de fabricação canadense. Mas, é possível que a plataforma do ´B car´ acabe sendo usada para algum veículo produzido na América do Sul, nos próximos anos.
Fonte: Auto Esporte
