GM contratará 600 em São Caetano

Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC

A General Motors do Brasil anunciou ontem que irá abrir, pela primeira vez, o terceiro turno na linha de produção na unidade de São Caetano. Com isso, serão contratados 600 trabalhadores para o setor, que começa operar no horário noturno em maio.

A decisão da empresa foi comunicada ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano ontem, que já cogitava a abertura desse turno desde o final do ano passado,

As contratações começarão a ser feitas em março. Para concorrer a uma vaga, o interessado deve ser indicado por um dos metalúrgicos da planta de São Caetano.

O salário inicial desses novos trabalhadores será de R$ 1.207,44, com todos os benefícios dos trabalhadores da fábrica, além do adicional noturno de 30% sobre o salário nominal.

O contrato será feito por um ano, com possibilidade de ser renovado por mais 12 meses, caso haja demanda. Por conta disso, os horários dos turnos foram alterados para 6h às 15h18 o primeiro, 15h13 às 0h12 o da tarde e novo será das 0h08 às 6h05.

Os novos metalúrgicos já devem começar no próximo mês na empresa, pois serão treinados nos turnos da manhã e tarde para conseguirem experiência para o terceiro.

Segundo o vice-presidente do sindicato, Francisco Nunes Rodrigues, já há 70 trabalhadores no setor de prensas que operam no horário da noite. Anteriormente, apenas manutenção e, eventualmente, a funilaria tinha essa jornada.

“Para esse turno conseguimos que a empresa desse o transporte. Já para toda a fábrica, o valor da refeição baixou de R$ 3 para R$ 1,66”, conta o dirigente.

Segundo o dirigente, o terceiro turno será montado para atender uma demanda do mercado brasileiro e Mercosul. “Eles precisam elevar a produção em 50 mil veículos neste explica.

Nunes ainda conta que os metalúrgicos da montadora serão informados das contratações hoje, mas não haverá votação sobre as admissões.

A GM foi procurada pela reportagem, mas não comentou sobre as contratações.

Proposta chegou a ser feita em São José, mas foi rejeitada

Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC

Antes da empresa decidir a abertura das 600 vagas em São Caetano, a GM tinha tentado fazer as contratações em São José dos Campos, mas tanto o sindicato dos metalúrgicos local quanto os trabalhadores da planta recusaram a proposta.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Macha, a contratação dos novos trabalhadores viria para abrir o segundo turno na empresa – desativado há quatro anos –, mas faria uma reestruturação trabalhista na planta.

“Além do contrato ser temporário, eles queriam contratar pessoas com um piso menor e ainda instituir o banco de horas na unidade”, explica o dirigente.Na planta do Vale do Paraíba, não há banco de horas – como ocorre em São Caetano – e o piso é de R$ 1.760, diferente do R$ 1.207,44 propostos para os novos trabalhadores.

“Além disso, não há estabilidade para quem entra na empresa. Com esses salários menores, seria muito fácil a GM demitir os mais antigos e ficar com os metalúrgicos de menor salário”, comenta Mancha.

Para o dirigente, o objetivo da montadora é reduzir os salários ao mesmo patamar da planta de Gravataí (RS).

Fonte: Diário do Grande ABC