GM planeja lançar 18 modelos no País até 2012

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC

O grupo General Motors Corporation, dos EUA, comemorou ontem 100 anos de fundação. Se no mercado norte-americano, a montadora tem registrado vendas em queda, devido à crise instalada naquele país, no Brasil a fabricante se destaca e vive um momento de expansão. Um exemplo é o fato de que a empresa programa o lançamento de 18 novos veículos até 2012 no mercado brasileiro, o que significará um acréscimo de 100% em relação ao número de modelos atuais (18).

Para isso, investe US$ 1 bilhão nas fábricas no Brasil (incluindo a de São Caetano) e na Argentina, já obteve a aprovação para um gasto adicional de US$ 500 milhões para aplicação na unidade de São José dos Campos e aguarda o sinal verde da matriz para aporte de outro US$ 1 bilhão, com recursos da própria filial sul-americana.

Os números da companhia mostram que esse reforço de investimentos se justifica. Enquanto no mundo todo a GM cresceu 10% em vendas entre 1997 e 2007, na América Latina, a expansão foi de 67% no período.

Para 2008, o presidente da empresa para o Brasil e o Mercosul, Jaime Ardilla, projeta que toda a indústria automotiva brasileira vai crescer 25% em relação a 2007 e chegar à marca das 3,03 milhões de unidades vendidas.

A montadora deverá ficar próxima desse ritmo no País e registrar uma expansão de cerca de 20%, para fechar o ano com pelo menos 650 mil a 700 mil veículos. Enquanto isso, nos EUA, de janeiro a junho, houve queda de 16,5% no volume de vendas.

Ardilla observa ainda que, apesar dos juros mais altos nos últimos meses, que impactaram o desempenho do segmento brasileiro em agosto frente a julho, já há sinais de recuperação em setembro. “O consumidor já entendeu que a pressão inflacionária é algo temporário”, disse.

CONTÁGIO – Para Jaime Ardilla, o contágio da crise norte-americana será menor no País. Ele avalia que a expansão nacional, em vez de chegar a 5%, deve ficar em 4% neste ano, “o que é muito aceitável”.

“O que muitas pessoas não entendem é que o crescimento econômico brasileiro não depende tanto das exportações, mas sim do mercado interno”, disse o executivo.

O vice-presidente da empresa, José Carlos Pinheiro Neto, completa que, até por conta da crise nos Estados Unidos, o Brasil se destaca no cenário internacional. “Estamos numa posição muito favorável”, afirmou.

Fonte: Diário do Grande ABC