Honda, agora com “coração” brasileiro

Alzira Rodrigues

A Honda Automóveis investiu R$ 130 milhões na nacionalização dos principais processos de produção dos motores destinados às linhas Civic e Fit. A fundição e a usinagem dos blocos e cabeçotes, antes feitas no Japão, passam a ser executadas no novo setor Power Train instalado em sua fábrica de Sumaré (SP).
Com isto, a empresa vai agilizar a fabricação dos seus modelos nacionais e também vai poder ampliar a oferta para o mercado brasileiro. A produção saltará de 550 unidades/dia para 650 a partir de agosto. “Além do investimento em motores, também estamos mudando a parte de soldagem para uma nova área e ampliando a área de pintura, que era nosso gargalo”, revela Horácio Natsumeda, diretor Industrial da Honda Automóveis.

A montadora vive, atualmente, o melhor momento de sua história no Brasil. Programa vendas de 127,1 mil unidades este ano, ante 85,7 mil em 2007, com a produção passando de 107 mil para cerca de 137 mil veículos. Os novos motores vão equipar inicialmente a linha Civic e, a partir do segundo semestre, o Fit. O índice de nacionalização dos dois modelos, que hoje é de, respectivamente, 70% e 80%, subirá três pontos percentuais.

Benefícios – O diretor Industrial explica que o crescimento da marca no País foi determinante para a decisão de se investir na produção de motores. “Pelo elevado valor de aporte financeiro, o projeto seria viável somente com um volume de produção sustentável e que beirasse a casa das 100 mil unidades anuais”, comenta Natsumeda. Entre as vantagens da instalação do setor Power Train, destacam-se o menor reflexo da variação cambial no custo do veículo e agilidade no processo logístico.

Localizado numa área de 13.500 metros quadrados o setor tem capacidade para produzir 12.500 motores/mês em três turnos de trabalho. Esse número deverá aumentar num curto espaço de tempo. O projeto envolveu a contratação de 180 funcionários, o que elevou o efetivo da Honda no Brasil para 2.900 empregados. Para o segundo semestre de 2009, está prevista a instalação da 2ª linha de blocos e cabeçotes. A área será ampliada para 17.000 metros quadrados e a capacidade para 16.300. Esta expansão também se deve ao início, no próximo ano, das atividades da fábrica de automóveis da Argentina.

Fonte: Diário do Comércio