Importação de veículos dobra sob a liderança de montadoras

Com as montadores brasileiras à frente das importações, a venda de veículos importados praticamente dobrou no período de janeiro a novembro deste ano no Brasil, em comparação aos onze primeiros meses do ano passado. Foram importadas 234 mil unidades no acumulado deste ano, ante as 120 mil do mesmo período de 2006. Com isso, a participação dos importados no total de licenciamentos alcançou 10,6%.

E a expectativa é de que este índice cresça mais, uma vez que a indústria estuda elevar a quantidade de modelos importados pra 15% do mercado brasileiro no próximo ano.

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de carros importados soma 234,8 mil unidades este ano, alta de 93,7%. A previsão da associação, que deve ficar abaixo do número final, é de chegar a 265 mil unidades, um crescimento de 86,6% ante 2006.

Segundo Jackson Schneider, presidente da Anfavea, a valorização do real sobre o dólar torna atrativa a importação de modelos pelas montadoras, que aproveitam para aumentar o seu mix de produtos no mercado interno, que tem as vendas extremamente aquecidas. “Este crescimento dos importados ainda não assusta, porque a maior parte deles vem de mercados com os quais possuímos acordos comerciais bilaterais”, explica o presidente.

Os acordos comerciais permitem que as montadoras importem um certo volume de veículos sem pagar os 35% do imposto de importação cobrados no Brasil. Assim, também exportam veículos para os países sem pagar os impostos locais.

Um dos principais clientes do Brasil é a Argentina. “Nossa balança comercial com eles é superavitária”, diz Schneider. Outro país que compra grande volume de carros brasileiros é o México.

Destes dois países chegaram, de janeiro a novembro deste ano, 177,1 mil veículos – 75% do volume importado. O crescimento em relação ao mesmo período do ano passado é de 81,2%.

Este ano destacam-se, entre os lançamentos de veículos produzidos na Argentina e México, o C4 Pallas, da Citroën, e o Sentra, da Nissan. Em grande volume chegam do nosso vizinho o Classic, da General Motors, a Spacefox, da Volkswagen, a 307, da Peugeot e o Focus, da Ford. Já do México chegam o Bora e o Jetta, da Volkswagen, e o Fusion, da Ford.

Fora dos acordos

Embora a indústria não demonstre preocupação com a alta de importações, o desembarque de veículos produzidos fora do Mercosul e do México – e fora dos acordos bilaterais – cresce na mesma proporção. Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Veículos Automotores (Abeiva) apontam alta de 100,8% nos onze primeiros meses do ano, ante igual período de 2006. A entidade é formada por empresas que apenas importam veículos.

As previsões da Anfavea são de que as importações subam 43,4% em 2008, indo a 380 mil unidades. Assim, a participação no mercado total irá a 15%. “Pode ser um sinal de atenção. Até porque as importações crescerão e as exportações se manterão”, diz Schneider.

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O ano que vem será recheado de lançamentos das montadoras, para ganhar participação num mercado em franca expansão.

Aproveitando os acordos comerciais bilaterais, em 2008 devem chegar do México o Jetta Variant, da Volkswagen, o Tiida, da Nisan e o CR-V, da Honda. Da Argentina são aguardadas a nova geração do Focus, da Ford, em versões hatch e sedã, e uma picape média que a Fiat desenvolve com a indiana Tata Motors.

Fonte: Webtranspo(18/12/2007)