E a expectativa é de que este índice cresça mais, uma vez que a indústria estuda elevar a quantidade de modelos importados pra 15% do mercado brasileiro no próximo ano.
Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de carros importados soma 234,8 mil unidades este ano, alta de 93,7%. A previsão da associação, que deve ficar abaixo do número final, é de chegar a 265 mil unidades, um crescimento de 86,6% ante 2006.
Segundo Jackson Schneider, presidente da Anfavea, a valorização do real sobre o dólar torna atrativa a importação de modelos pelas montadoras, que aproveitam para aumentar o seu mix de produtos no mercado interno, que tem as vendas extremamente aquecidas. “Este crescimento dos importados ainda não assusta, porque a maior parte deles vem de mercados com os quais possuímos acordos comerciais bilaterais”, explica o presidente.
Os acordos comerciais permitem que as montadoras importem um certo volume de veículos sem pagar os 35% do imposto de importação cobrados no Brasil. Assim, também exportam veículos para os países sem pagar os impostos locais.
Um dos principais clientes do Brasil é a Argentina. “Nossa balança comercial com eles é superavitária”, diz Schneider. Outro país que compra grande volume de carros brasileiros é o México.
Destes dois países chegaram, de janeiro a novembro deste ano, 177,1 mil veículos – 75% do volume importado. O crescimento em relação ao mesmo período do ano passado é de 81,2%.
Este ano destacam-se, entre os lançamentos de veículos produzidos na Argentina e México, o C4 Pallas, da Citroën, e o Sentra, da Nissan. Em grande volume chegam do nosso vizinho o Classic, da General Motors, a Spacefox, da Volkswagen, a 307, da Peugeot e o Focus, da Ford. Já do México chegam o Bora e o Jetta, da Volkswagen, e o Fusion, da Ford.
Fora dos acordos
Embora a indústria não demonstre preocupação com a alta de importações, o desembarque de veículos produzidos fora do Mercosul e do México – e fora dos acordos bilaterais – cresce na mesma proporção. Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Veículos Automotores (Abeiva) apontam alta de 100,8% nos onze primeiros meses do ano, ante igual período de 2006. A entidade é formada por empresas que apenas importam veículos.
As previsões da Anfavea são de que as importações subam 43,4% em 2008, indo a 380 mil unidades. Assim, a participação no mercado total irá a 15%. “Pode ser um sinal de atenção. Até porque as importações crescerão e as exportações se manterão”, diz Schneider.
Novidades
O ano que vem será recheado de lançamentos das montadoras, para ganhar participação num mercado em franca expansão.
Aproveitando os acordos comerciais bilaterais, em 2008 devem chegar do México o Jetta Variant, da Volkswagen, o Tiida, da Nisan e o CR-V, da Honda. Da Argentina são aguardadas a nova geração do Focus, da Ford, em versões hatch e sedã, e uma picape média que a Fiat desenvolve com a indiana Tata Motors.
Fonte: Webtranspo(18/12/2007)