Indústria automotiva comemora seu melhor ano


Alzira Rodrigues

No melhor ano de sua história, a indústria automobilística encerrará 2007 com vendas internas na faixa de 2,45 milhões de veículos, uma alta de 27% sobre 2006, e uma produção próxima a 3 milhões de unidades, crescimento de 14%. Foram criadas 16,3 mil novas vagas no setor, e as projeções para 2008 continuam promissoras. A meta é chegar a 3,24 milhões de veículos produzidos e 2,88 milhões de unidades vendidas internamente.

As metas foram divulgadas ontem pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider. “O mercado brasileiro deve crescer 17,5% no próximo ano; e a produção, na faixa de 8,9%”. As perspectivas, portanto, são melhores para as vendas internas do que para as externas.

Em volume, a Anfavea projeta que as exportações vão cair 5,1%, ficando em 740 mil unidades no próximo ano, contra as 780 mil do atual, 7,5% inferiores a 2006. As montadoras tiveram de reposicionar preço em função da queda do dólar, o que gerou queda em volume exportado. Mas a receita crescerá 7,4% em 2007, atingindo US$ 13 bilhões, valor que deve se mantido no próximo ano.

Capacidade – O grande trunfo do setor hoje está no mercado interno. “O momento é altamente positivo. A confiança leva ao crédito”, disse o presidente da Anfavea, referindo-se à estabilidade econômica e ao aumento expressivo das vendas financiadas, fator decisivo para o aquecimento interno. Em novembro, particularmente, as vendas domésticas caíram 3%, ficando em 237 mil veículos, ante os 244,4 mil de outubro.

Mas o mês passado teve dois dias úteis a menos, o que gerou produção menor, e se for considerada a média diária, de 11.851 veículos comercializados internamente, verifica-se crescimento de 6,7% e novo recorde de venda.

Na avaliação de Schneider, não há risco de desabastecimento. “Temos capacidade para produzir 3,5 milhões de veículos, e se anualizarmos a atual produção diária chegamos a um número próximo a 3,43 milhões”, lembrou o executivo.

Além disso, várias montadoras estão anunciando investimentos em novos processos produtivos e também em aumento de capacidade, o que gera boa expectativa quanto à continuidade de expansão do nível de mão-de-obra. O setor fechou novembro com 119,6 mil empregados, ante 106,3 mil no final de 2006.

“Algumas marcas já operam no limite e outras têm como crescer sem necessidade de ampliar fábrica. Mas todas estão se preparando para aumentar a oferta interna”, comentou Schneider.

Pelas projeções, este ano será encerrado com a produção de 2,975 milhões de veículos. Mas, pela tradicional disputa entre as marcas, que sempre se acirra no último mês de cada ano, é bem provável que o setor bata a casa dos 3 milhões ainda em 2007. VEJA ABAIXO O QUADRO

Fonte: Diário do Comércio