Com maconha legalizada, polícia dos EUA pode ter “cuspômetro”

Autoridades de segurança no trânsito dos Estados Unidos começam a discutir a fiscalização do uso de drogas legais por motoristas e a desviar o foco das bebidas alcoólicas em direção à maconha, cujo uso recreativo é liberado em nove estados e, a partir desta quarta-feira (17), no Canadá inteiro. Medicamentos controlados, como ansiolíticos e analgésicos mais potentes, também estão na mira.

A ideia é padronizar os procedimentos de detecção do abuso de maconha e outras substâncias por meio de testes rápidos, que possam ser aplicados aos motoristas do mesmo modo que o famoso “bafômetro” — usado para mensurar instantaneamente no ar exalado a quantidade de álcool ingerida (a alternativa seria um exame de sangue).

No caso da maconha, porém, o bafômetro não funciona, e por isso as agências federais planejam o desenvolvimento de um aparelho que analise os “fluidos orais” dos motoristas para medir o grau de intoxicação. O aparelho, que pode vir a ser conhecido como “cuspômetro”, substituiria o inconveniente teste da urina do suspeito.

De acordo com dados oficiais, cerca de 30% dos motoristas mortos em acidentes de trânsito nos EUA em 2006 tinham usado drogas; quase dez anos depois, em 2015, esse número subiu para 46%. Nos teste aplicados a motoristas parados pela polícia, em média 22% apontaram uso de drogas (incluindo maconha comprada legalmente).

Um dos temores das autoridades americanas é que o livre comércio de maconha no Canadá — cujas fronteiras rodoviárias com os EUA são, na prática, abertas para os cidadãos dos dois países — aumente o número de acidentes causados por motoristas “viajantes”. Em seis estados que fazem divisa com o Canadá a maconha é totalmente ilegal, ou liberada apenas para uso medicinal.

Imagem: Divulgação

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