BMW 740e mostra que luxo é economizar

Quem vê um sedã de luxo do tamanho do BMW Série 7 pode julgar que sob o capô há um enorme V8 – ou, quem sabe, um V12. Mas o 740e é a prova de que os tempos mudaram também para os carrões.

O sedã de 5,25 m e 2.150 kg, que não está à venda no Brasil, emprega a tecnologia eDrive (híbrido plug-in). É movido por um 2.0 turbo de 258 cv e um elétrico 113 cv. Juntos, geram 326 cv e 51 mkgf, gerenciados pelo câmbio automático de oito marchas.

O conforto impera no 740e. Graças à distância de 3,21 metros entre os eixos, quem vai no banco de trás pode até cruzar as pernas. Na frente, há também muita comodidade. Se você é motorista profissional e o “patrão” tiver um carro desses, considere o veículo como um benefício, um salário indireto. A tela do sistema multimídia (10”) aceita comandos gestuais, embora às vezes ela ignore seus desejos. O modelo avaliado dispunha de internet a bordo e rádio por satélite, entre outras amenidades.

Para o motorista, a maior evidência de que ele não está dirigindo um carro convencional está no quadro de instrumentos, uma tela virtual configurável de 12,3”. Em vez dos mostradores convencionais, o 740e traz, entre outras informações, quanta eletricidade o veículo está gastando ou recuperando nas frenagens e descidas, além do nível de carga da bateria e autonomia.

ECONOMIA

A BMW divulga autonomia combinada de até 544 km, apesar de o carro ter tanque de gasolina de apenas 46 litros. No 740e, a contribuição do motor a combustão é muito maior. Isso porque o alcance no modo elétrico é pequeno. Segundo a montadora, a autonomia pode chegar no máximo a 48 km. No entanto, não conseguimos ir além dos 22 km. Ainda assim, em baixa velocidade, nos congestionamentos, normalmente o motor elétrico dá conta do recado, e movimenta sozinho o sedã.

A recarga total da bateria é feita em cerca de quatro horas em tomada domiciliar. Em carregador público (de maior voltagem), “enchemos” a bateria em pouco mais de duas horas.

Embora o 740e privilegie a economia, os números de aceleração são respeitáveis: 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e velocidade máxima de 250 km/h.

O ponto negativo é que o porta-malas perdeu espaço, por causa da bateria. Com isso, a capacidade de carga no Série 7 híbrido é de 420 litros, contra 515 l do modelo a gasolina.

Motor a combustão
2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
Potência/torque
258 cv/40,8 mkgf
Motor elétrico
113 cv/25,5 mkgf
Potência/torque totais
326 cv/51 mkgf
Câmbio
Automático, oito marchas