Mercado automotivo deverá crescer 20% em 2008

Redação

A Fenabrave, entidade que reúne as associações dos distribuidores de veículos, já fez o balanço de vendas em 2007, apontando a comercialização de 2.462.905 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O avanço em relação a 2006 foi expressivo, quando as vendas somaram 1.927.516 unidades. As vendas de motos em 2007 foram de 1.708.640 unidades (1.287.791 em 2006) e as de implementos rodoviários atingiram 35.620 unidades (34.597 em 2006).

Estes números, porém, não justificam um expressivo aumento nas vendas no próximo ano. Muito pelo contrário. Segundo a entidade, neste ano o mercado automotivo vai desacelerar. Pelo menos é o que prevê a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que estima um crescimento nas vendas de veículos de até 20%. Em 2007, o setor experimentou o melhor ano da história com licenciamentos de 2,462 milhões de veículos, crescimento de 27,8% com relação ao ano anterior, quando as vendas de carros alcançaram 1,927 milhão de unidades.

O presidente da entidade, Sérgio Reze, disse que se o mercado crescer ao patamar de 30% poderá haver falta de modelos nas revendas. ´É perigoso um aumento desse nível. A indústria ainda não está preparada para níveis tão altos consecutivamente´, afirmou. Segundo ele, a previsão de elevar em 20% as vendas este ano será adequada ao crescimento da economia. ´O que vai sustentar o aumento nos licenciamentos será o crescimento do País e não os financiamentos alongados que as montadoras lançaram este ano´, ressaltou. Hoje, há planos de até 90 meses na compra do carro zero. Entretanto, conforme Reze, o prazo médio de financiamento nas vendas de veículos é de até 48 meses. ´O consumidor escolheu estes planos, para ele são mais rentáveis´, disse. Em dezembro, foram vendidas 231,1 mil unidades, alta de 18% comparado a dezembro de 2006.

O perigo dos financiamentos longos

Já a jornalista Cleide Silva, do jornal O Estado de S. Paulo, em artigo publicado hoje, escreve que a festa do crediário de longo prazo para a compra de veículos, principal responsável pelo boom das vendas de carros novos em 2007, chegou ao limite – segundo especialistas. Um dos motivos é o endividamento crescente dos consumidores.

Mesmo antes do aumento da alíquota do IOF já se esperava redução no tempo nos contratos, que hoje chegam a sete anos e, em promoções especiais, a oito anos. Pesquisa feita com 2,3 mil consumidores em concessionárias e feirões de São Paulo indica que 98% dos que adquiriram carros novos sem entrada, para pagamento em longas prestações, estão com toda a renda comprometida. ´Ocorreu uma bonança de crédito fácil, mas tudo indica que o balão que subiu agora começará a murchar´ – disse o economista e consultor Ayrton Fontes, da MSantos.

Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, atesta que a estratégia de aumentar os prazos de financiamento como forma de elevar as vendas chegou ao limite e dificilmente poderá ser incrementada em 2008

Fonte: UOL Carros online